O capitão da reserva Aldo de Souza Benevides, de 59 anos, foi vítima de um comentário homofóbico nas redes sociais na última quinta-feira (3), ao se manifestar sobre um caso policial ocorrido em Rio Brilhante, cidade a 161 quilômetros de Campo Grande.
Conforme o site Campo Grande News divulgou na sexta-feira (4), conhecido por apoiar abertamente o relacionamento homoafetivo do filho, Aldo já havia sido destaque por sua postura de acolhimento.
Pai de um jovem homossexual de 31 anos, com quem mantém uma relação afetuosa e respeitosa, Aldo participava de uma discussão sobre um homicídio em uma página local na internet quando foi surpreendido por um ataque. Uma usuária, além de se referir a ele de maneira depreciativa como “ex-policial”, atacou sua família com uma frase ofensiva e carregada de preconceito.
“Ela disse: ‘Você não tem vergonha de mentir, né? Tome vergonha. Eu preferiria ter dez filhos bandidos do que um queima a rosca’”, relatou Aldo, visivelmente abalado com o ataque. Mesmo diante da agressão, ele reagiu com firmeza e dignidade.
“Tem ocorrência e tudo. Mentir sobre uma coisa séria dessa? Quanto a um dos meus filhos, que todos sabem que é gay, que amo ele, e que a senhora diz que é ‘queima a rosca’, para mim não muda nada. Me surpreende sua homofobia”, rebateu o militar.
Apesar da dor causada pelas palavras preconceituosas, Aldo encontrou apoio em muitas mensagens de solidariedade, vindas até de pessoas que ele não conhecia. “Isso nos confortou”, disse. O filho também demonstrou carinho: “Ele me mandou uma mensagem dizendo que me ama. Nosso amor é profundo”.
A autora do comentário ofensivo apagou a publicação cerca de uma hora depois, mas Aldo registrou um print da mensagem e informou que vai tomar medidas legais, incluindo boletim de ocorrência. “A homofobia existe, mas eu amo meu filho, e isso nunca vai mudar. Espero que ela repense suas palavras e que haja uma punição moral pelo que fez”, concluiu.