O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) solicitou à Prefeitura de Selvíria a adoção imediata de medidas de combate à dengue. Conforme divulgado nesta última sexta-feira (4) pelo site Campo Grande News, o município vive uma fase crítica da epidemia e, atualmente, ocupa o 2º lugar no ranking estadual de casos confirmados, segundo dados oficiais.
Nos dois primeiros meses de 2025, Selvíria já contabilizou mais ocorrências da doença do que em todo o ano anterior: foram 213 confirmações e 427 notificações até fevereiro, conforme aponta o Plano de Contingência de Arboviroses 2025-2026.
A cobrança foi feita pela 4ª Promotoria de Justiça de Três Lagoas após o Núcleo de Apoio Especial à Saúde (NAES) encaminhar um boletim epidemiológico de dezembro de 2024, que já mostrava Selvíria entre os municípios com alta incidência — na 39ª colocação estadual à época.
Diante do agravamento, o MPMS instaurou uma Notícia de Fato para investigar o avanço da doença. Segundo o boletim da 10ª semana epidemiológica de 2025, houve um salto expressivo, colocando Selvíria como a segunda cidade com mais casos no estado — cenário que configura epidemia.
A promotora Ana Cristina Carneiro Dias destacou que, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde, foi enviado novo ofício à Secretaria Municipal de Saúde exigindo ações integradas e efetivas de combate ao mosquito Aedes aegypti.
“Sem ações preventivas e estratégias de controle claras, surtos de dengue, zika e chikungunya podem se espalhar com rapidez, afetando a qualidade de vida da população e pressionando os sistemas de saúde”, alertou.
As providências requeridas pelo MP incluem:
- Perfil epidemiológico: apresentação de dados dos casos confirmados;
- Mapeamento das áreas críticas: identificação das regiões com maior incidência;
- Aplicação de fumacê: comprovação das ações com inseticida UBV pesada;
- Acesso a imóveis fechados: estratégias para vistoria e controle;
- Campanhas educativas: palestras nas escolas e orientações em rádios locais;
- Projeto “Tampa Fossa”: detalhes sobre a iniciativa de combate a criadouros em fossas domésticas.
A Prefeitura de Selvíria já havia atribuído o aumento de casos ao período chuvoso, que se intensificou desde novembro de 2024, criando um ambiente ideal para a reprodução do mosquito. A bióloga Jeane Alves de Jesus, da Vigilância Sanitária, reforçou: “É essencial que a população também faça sua parte, eliminando focos do mosquito em casa”.