O presidente da Fiems, Sérgio Longen, participou do lançamento do Plano de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite de Mato Grosso do Sul (Proleite-MS). A cerimônia foi realizada nesta quinta-feira (10/04) no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, onde acontece a 85ª Expogrande, e contou com a participação de autoridades e representantes do setor.
O programa tem como objetivo elevar a produção leiteira em 4 milhões de litros de leite ao ano no Estado nos próximos seis anos, com ganho de qualidade do rebanho e do produto final. Na primeira fase, o Proleite beneficiará diretamente 22 municípios localizados na bacia hidrográfica do Rio Paraná, responsáveis por 63,8% da produção de leite do Estado, segundo dados públicos.
O plano vai funcionar em quatro eixos: melhoramento genético, apoio à indústria láctea, assistência técnica e gerencial, além do subprograma Leite Vida. As atividades serão conduzidas pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Na avaliação do líder empresarial, a medida do governo fortalece a cadeia produtiva do leite em Mato Grosso do Sul.
“A proposta valoriza aquilo que é produzido em nosso Estado, em um setor que vem sofrendo há muitos anos. O governo está fazendo a parte dele ao fomentar essa importante atividade, que é a cadeia produtiva do leite de uma maneira geral, quer na assistência técnica, na qualidade ou no custeio para o produtor rural”, disse Longen.
O programa visa atender tanto o produtor rural como a indústria de laticínios. O governador do Estado, Eduardo Riedel, reconhece a importância de estimular o setor lácteo de forma integrada.
“Não tem como separar ou trabalhar isoladamente. Temos que olhar a cadeia produtiva como um todo, e esse programa induz à melhoria da eficiência do produtor rural. Quando a gente faz isso, aborda todos os setores envolvidos no sistema de produção e dá mais competitividade para indústria. Dessa maneira, a gente vira uma chave importante na indústria do leite aqui no Estado”, disse Riedel.
A proposta do Proleite foi elaborada de forma colaborativa com a Câmara Setorial da Cadeia do Leite, a qual integram diversos órgãos e entidades, como o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul (Silems). O presidente do sindicato, Paulo Fernando Pereira Barbosa, destaca que o programa devolve a competitividade da indústria láctea sul-mato-grossense.
“Creio que esse projeto vai devolver o status que a indústria leiteira e o leite de Mato Grosso do Sul merecem. Ficamos atrás de outras atividades e precisamos retomar. A elaboração do Proleite é o começo”, afirmou Barbosa.
Indústria láctea em MS
De acordo com o Observatório da Indústria do Sistema Fiems, existem hoje no Estado 118 empresas industriais ativas no ramo de laticínios. Juntas, empregam 1.289 trabalhadores formais empregados, com massa salarial anual de cerca de R$ 40 milhões.
As cidades com maior número de trabalhadores atuando no ramo de laticínios são: Campo Grande (304 ou 24%), Bataguassu (276 ou 21%), Bandeirantes (83 ou 6%), Dourados (76 ou 6%), Deodápolis (75 ou 6%), Inocência (69 ou 5%) e Jateí (47 ou 4%).
Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, em Mato Grosso do Sul, até o mês de setembro de 2024, foram processados mais de 82,2 milhões de litros de leite. O preço médio pago pelo litro do leite adquirido pela indústria de laticínios do estado ficou em R$ 2,18.
Mato Grosso do Sul responde por aproximadamente 0,5% do volume total de leite industrializado no Brasil.