Aparecimentos de onças também já foram registrados em Castilho (SP) e Brasilândia, cidades próxima à Três Lagoas, além de Anaurilândia, na região de Bataguassu
A morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, após ser atacado por uma onça às margens do rio Miranda, em Aquidauana, chocou Mato Grosso do Sul. Contudo, especialistas em conservação ouvidos afirmam que o ataque do felino a seres humanos é raríssimo.
Apesar de aparecer mais raramente, a região de Três Lagoas também já teve registros de aparecimento de onças, mas o ataque é algo muito raro. Normalmente, os animais tendem a fugir dos seres humanos.
INSTITUTO ONÇA PINTADA – IOP
Presidente do Instituto Onça-Pintada (IOP), o biólogo Leandro Silveira repercutiu em suas redes sociais a morte do caseiro Jorge, vítima de um ataque de Onça-Pintada.
Com 1,2 milhões de seguidores em seu perfil no Instagram, Silveira destacou que a morte do trabalhador chocou os sul-mato-grossenses e repercutiu nacionalmente em virtude do ineditismo do fato, que classificou como “exceção da regra”.
“Vamos acreditar que isso é apenas uma exceção da uma regra. Nós também seres humanos podemos ter surtos, ataques e agir fora de um padrão social, (ataques) pode acontecer”, destacou o biólogo, que apareceu ao lado do filho, Tiago Jácomo.
O biólogo destacou que as mortes causadas por grandes predadores representam um percentual muito pequeno se comparadas com casos de mortes humanas causadas por mosquitos e abelhas. Segundo ele, casos como os de “Jorginho” ganham notoriedade, sobretudo pelo impacto emocional que causam nas pessoas.
NOTÍCIA IMPACTANTE
“É estrondoso o impacto, né? Nos Estados Unidos, nos últimos 5 anos morreram, acho que umas 30 ou 40 pessoas com ataque de ursos, (número) relativamente pequeno em relação às mortes, por exemplo, com abelhas. A gente reage diferente quando é um grande predador, porque tem o que a gente chama de memória evolutiva em relação a essa espécie”, frisou o pesquisador.
Onças já foram vistas em cidades próximas a Três Lagoas. Um exemplo aconteceu no município de Castilho, quando um felino foi visto andando tranquilamente pelas ruas durante uma madrugada. Na ocasião, o animal foi afugentado por cães. O que deixa um alerta para as pessoas que costumam fazer trilhas e se aventurarem pelas matas de Mato Grosso do Sul.
Em Anaurilândia, por exemplo, distante 200 quilômetros de Três Lagoas, também já teve registros de onças. A região tem muitas florestas de eucalipto e áreas nativas, o que pode ser um ponto forte para o aparecimento dos felinos.
Há alguns anos, parte da região de Anaurilândia, Bataguassu, Brasilândia, Três Lagoas foi inundada. Com o alagamento, foi preciso desmatar a mata nativa poder formar um reservatório do Porto Primavera. Um grande lago foi formado e alguns animais foram relocados na Fazenda Cisalpina, a qual é uma reserva, localizada em Brasilândia.

Várias espécies de animais silvestres que existiam naquela época foram levadas para a reserva, mas muitos ficaram sem o seu habitat natural.
No caso do ataque da onça no último fim de semana, a polícia afirma que não trata o caso como crime, e sim como um acidente que teria sido provocado por animal silvestre de grande porte. A PMA informou que a ocorrência chegou à corporação por volta das 9h de segunda-feira (21).
Dias antes de ser atacado, Jorge apareceu em um vídeo alertando sobre a presença de onças na região onde trabalhava como caseiro, uma semana antes do acidente. O corpo do caseiro foi recolhido pela equipe da PMA e encaminhado para perícia técnica, no Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana.