Professores da rede pública municipal e estadual de Mato Grosso do Sul realizaram uma grande manifestação na manhã desta quarta-feira (23), em Campo Grande, como parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública.
Conforme o site Midiamax, a concentração ocorreu na Praça do Rádio Clube e, segundo a Guarda Civil Metropolitana (GCM), reuniu cerca de 9 mil pessoas. O ato também incluiu uma passeata por ruas centrais da capital, causando interdições no trânsito, especialmente na Avenida Afonso Pena.
Entre as principais reivindicações dos manifestantes estão a realização de concursos públicos para suprir a carência de profissionais efetivos, o cumprimento do piso nacional do Magistério, o fim da terceirização na educação, a revogação da alíquota previdenciária de 14% sobre os salários dos aposentados e melhores condições de trabalho e saúde para os profissionais da área.
A vice-presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), Deumeires Moraes, destacou que quase metade das vagas administrativas na rede pública estadual é ocupada por servidores temporários. “É preciso realizar concursos para garantir direitos e estabilidade aos trabalhadores”, afirmou.
Educadores de diversos municípios do estado também participaram do ato. A professora Rosemary Borin, de Dourados, enfatizou a luta por salários dignos e condições adequadas de trabalho. “O professor precisa ser valorizado. Estamos chegando ao limite”, declarou. A colega Odete Aparecida Magro Brito, com 28 anos de serviço na área administrativa, também cobrou concursos e reconhecimento: “Cuidamos da educação dos filhos de muitos e queremos respeito”.
O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, reiterou a rejeição à terceirização na educação pública. Segundo ele, apenas o concurso público assegura a qualidade do ensino e a valorização da carreira. “A defesa da escola pública é uma defesa da criança, do aluno, da comunidade que depende dessa educação”, argumentou.
A manifestação seguiu com passeata pelas principais ruas do Centro, passando pela Avenida Afonso Pena, Rua 14 de Julho, Antônio Maria Coelho e Rua 13 de Maio, antes de retornar à Praça do Rádio. Os organizadores esperam que a mobilização fortaleça o diálogo com as autoridades municipais e estaduais e traga avanços concretos nas pautas apresentadas.