O projeto piloto industrial, fruto de uma parceria entre a UFMS, RBCIP e GWE, tem capacidade de produção de uma tonelada de hidrogênio por mês
Instalada na Cidade Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, a usina já está operando para demonstração e produção industrial, integrando ensino, pesquisa, empreendedorismo e inovação. A iniciativa pioneira e inovadora no Centro-Oeste do Brasil é voltada à produção de energia limpa e renovável, a partir da separação da molécula da água (H₂O), utilizando energia elétrica de fonte solar e água. A Usina tem capacidade de produção de uma tonelada de hidrogênio por mês e posiciona a UFMS e Mato Grosso do Sul na vanguarda da transição energética e da pesquisa em hidrogênio verde no país, por meio do Laboratório Multiusuário de Estudos sobre o Hidrogênio Verde da UFMS – H2V+.
A reitora da UFMS, Camila Ítavo, afirma que a Usina de Hidrogênio Verde coloca a Ciência como a grande protagonista do desenvolvimento para o estado e para o país. “É uma demonstração clara que a Universidade é celeiro de projetos inovadores que trazem transformações para a nossa sociedade, assumindo a vanguarda de relevantes discussões para o mundo. É um passo significativo que traz ainda a parceria público-privada para o seu sucesso”, disse. Além disso, o projeto piloto vai ampliar a formação de estudantes e oferecer capacitação para as indústrias e pesquisadores da região e de todo o país.


O projeto conta com investimento privado da empresa Green World Energy Hydrogen Ltda (GWE) do setor de energia e sustentabilidade, em parceria com a Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação (RBCIP). O professor Marcelo Fiche, coordenador do projeto na RBCIP, esclarece que para ajudar a reduzir um dos gargalos da atividade no Brasil, que é a carência de mão de obra especializada para operar as usinas de hidrogênio verde e seus derivados, 500 especialistas como professores e engenheiros serão capacitados nas instalações, por ano, para atuarem no mercado brasileiro e internacional. Ele acrescenta que o Brasil deve usar suas fontes naturais para produzir além do hidrogênio verde, produtos oriundos do H2V que gerem valor adicional na comercialização de commodities. “No mercado interno, existem oportunidades de descarbonização para diversos setores industriais importantes como cimento, aço, alimentício, fertilizantes, petroquímico, dentre outros”, afirma Fiche.
A UFMS é a maior instituição de ensino superior de Mato Grosso do Sul, com mais de 45 mil estudantes de graduação, mestrado e doutorado e especialização, além de mais de 4 mil servidores e colaboradores.
Saiba Mais sobre o Projeto Piloto Industrial de Hidrogênio Verde do Centro-Oeste
1. Como a usina vai funcionar?
A usina funcionará com base em um sistema composto por:
- Painéis solares: geração de energia elétrica renovável;
- Eletrolisador: equipamento que realiza a eletrólise da água, separando hidrogênio e oxigênio;
- Sistema de controle e monitoramento: que permitirá acompanhamento remoto e análise de dados para fins científicos e tecnológicos.
2. Quais são os principais benefícios?
- Fortalecimento da parceria em investimento público-privada na UFMS;
- Formação de estudantes e técnicos especializados em energias renováveis;
- Geração de conhecimento e inovação tecnológica com potencial de aplicação industrial;
- Redução da pegada de carbono e estímulo ao desenvolvimento sustentável regional;
- Integração com outras fontes de energia, como o biometano, para pesquisa de blends de
combustíveis limpos; - Consolidação da UFMS como referência nacional em energia limpa e cidades inteligentes.
3. Quais as oportunidades de negócios a partir da usina?
- Blends de Hidrogênio com Biometano ou Gás Natural:
Pesquisa e testes com misturas sustentáveis para uso em geradores, veículos ou caldeiras. - Posto de abastecimento experimental:
Desenvolvimento de infraestrutura para abastecer veículos com hidrogênio e/ou biometano. - Desenvolvimento de células a combustível (fuel cells):
Projetos de inovação voltados à conversão de hidrogênio em energia elétrica para mobilidade ou geração estacionária. - Hidrogênio como vetor para fertilizantes verdes e combustíveis sintéticos:
Pesquisa sobre produção de amônia verde, metanol e e-combustíveis para o agronegócio e exportação. - Aplicações educacionais e demonstrações tecnológicas:
Criação de um “laboratório vivo” para visitas técnicas, projetos pedagógicos, eventos e exposições interativas. - Inovação aberta com startups:
Lançamento de desafios tecnológicos, editais e incubação de soluções energéticas no ecossistema de inovação da UFMS.
4. Quais são os papéis dos parceiros?
- UFMS: responsável pela coordenação acadêmica e científica, estrutura física, capacitação de recursos humanos e integração com programas de ensino e pesquisa.
- RBCIP (Rede Brasileira de Certificação, Pesquisa e Inovação): responsável pela articulação com empresas, municípios e programas de desenvolvimento urbano sustentável.
- GWE (Green World Energy): empresa parceira responsável pelo investimento total na aquisição da Usina, apoio na operação do sistema e transferência de conhecimento tecnológico.