Neste sábado, o Meu MS foi até Minas Gerais contar a história de três personagens e amigos que deram visibilidade ao Mato Grosso do Sul e à literatura brasileira. A reportagem especial integra uma série de matérias em comemoração aos 60 anos da emissora, apresentando histórias e personagens que marcaram a televisão ao longo do tempo.
O que uniu o repórter mais premiado do Brasil, Zé Hamilton Ribeiro, o poeta Manoel de Barros e o escritor Bosco Martins, autor do livro Diálogos do Ócio? A resposta é simples: o encantamento. Esse encantamento despertou nos três a paixão por Mato Grosso do Sul – seja no jornalismo rural de Zé Hamilton, na poesia de Manoel de Barros, que valorizava as pequenas coisas, ou nas reportagens de Bosco Martins, dedicadas à cultura sul-mato-grossense.
José Hamilton Ribeiro e Bosco Martins, ambos de origem interiorana paulista, conheceram Manoel de Barros quando o poeta vivia uma vida tranquila em Campo Grande, na Casa Quintal (antiga Rua Piratininga). Ali, Manoel desfrutava do “ócio poético” com Bosco, em um espaço que chamava de “Escritório de Ser Inútil”.
Desses encontros, entre conversas profundas, pães de queijo da Dona Stella e recitações do “Bardo” (como Manoel chamava Bosco), nasceu Diálogos do Ócio – livro prefaciado por Zé Hamilton. Os três amigos compartilhavam a capacidade de transformar o simples em poesia, revelando a beleza do invisível no cotidiano.
Zé Hamilton, correspondente de guerra no Vietnã (onde perdeu uma perna ao pisar em uma mina), consolidou-se como um dos maiores nomes do jornalismo rural. Em seu livro O Gosto da Guerra, ele reflete sobre a insensatez humana: “A guerra é um momento de fraqueza do ser humano, não de grandeza. A grandeza está na poesia, na escrita, na mulher.”
Sua ligação com Mato Grosso do Sul começou com uma reportagem sobre o Pantanal, região que também inspirou Manoel de Barros. Ambos foram vozes essenciais para divulgar a riqueza natural e cultural do estado.
Na Fazenda Forquilha, em Uberaba (MG), Bosco Martins reencontrou Zé Hamilton, hoje com 89 anos, vivendo uma vida simples, cercado por livros e natureza. A conversa relembrou passagens marcantes, como a reportagem que mostrou ao compositor Mário Zan o que era uma chalana – embarcação que inspirou um dos hinos do Pantanal.
Zé Hamilton também falou sobre Manoel de Barros: “Ele era reservado, mas cada palavra valia ouro. Sua poesia não tem fim – como ele dizia, ‘gente besta e pau-seco não acabam nunca’.”
O encontro emocionante entre Zé Hamilton e Bosco Martins, em homenagem a Manoel de Barros, será exibido neste sábado no Meu MS, dentro das comemorações dos 60 anos da Globo.
Serviço
Programa Meu MS é produzido pela TV Morena e vai ao ar as 13:30 todos os sábados.
O “Meu MS” é dirigido por Kaká Neves e tem edição Thayná Oliveira.
A reportagem especial com José Hamilton Ribeiro tem a participação da equipe:
Bosco Martins Repórter, Jairton Costa cinegrafista, Pré-edição de Roque Martins.
Produção de Daniela Perez