O Partido da Causa Operária (PCO) classificou como “vergonha” a condenação da cabeleireira Débora Rodrigues a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme o site Pleno News divulgou nesta segunda-feira (28), em publicação nas redes sociais, a legenda de extrema-esquerda afirmou que a decisão é uma “invenção do STF” e que a ré está sendo punida por crimes que não cometeu. “Ela é inocente”, diz PCO
O partido argumentou que Débora, conhecida por pichar a estátua “A Justiça” durante os atos de 8 de janeiro de 2023, foi condenada por acusações exageradas, como formação de quadrilha, insurreição armada e depredação de patrimônio público tombado.
“Ela não cometeu absolutamente nenhum crime. É uma pessoa inocente que está indo para a cadeia por 14 anos!” afirmou o PCO, defendendo que, no máximo, a cabeleireira deveria ter recebido uma multa.
“Direito de protesto está sob ataque”
A legenda também rejeitou o argumento de que Débora “não deveria ter ido” aos protestos:
“Amanhã o pessoal vai à Praça dos Três Poderes, terá um entrevero com a polícia, e vai pegar 15 anos de cadeia. É um direito constitucional protestar” criticou.
Divergência entre ministros
O PCO destacou que, embora a maioria da Primeira Turma do STF tenha concordado com a condenação, houve variação nas penas sugeridas:
- Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia apoiaram os 14 anos (regime fechado)
- Luiz Fux propôs 1 ano e 6 meses
- Cristiano Zanin sugeriu 11 anos – o que, para o partido, ainda seria uma “barbaridade”
Comparação com a ditadura
Em tom inflamado, o PCO chegou a comparar a decisão do STF com julgamentos da ditadura militar, afirmando que, naquela época, “os juízes tinham mais razão” ao condenar militantes da luta armada do que os ministros atuais ao punir Débora.
“A ditadura era ilegítima, mas esse julgamento é ainda pior!”, concluiu o partido.
Situação atual de Débora
A cabeleireira está presa desde março de 2023, mas em março deste ano foi transferida para prisão domiciliar após decisão de Alexandre de Moraes, que cedeu à pressão popular. A defesa ainda pode recorrer da condenação.
O caso reacende o debate sobre a atuação do STF e os limites do direito de protesto no Brasil. Enquanto parte da sociedade vê a decisão como necessária para coibir ataques às instituições, críticos a consideram desproporcional e política.