27/11/2005 11h24 – Atualizado em 27/11/2005 11h24
Folha da Região
A crise na pecuária voltou a provocar demissões na região de Araçatuba. O frigorífico Friboi, de Andradina, demitiu 128 de seus 1,9 mil funcionários. O Frig, fabricante de charqueados, e a Casa do Cão, que produz ossinhos para cachorros, ambos de Guararapes, demitiram respectivamente 25 e 30 funcionários. Com as novas dispensas, o número de demissões na região chega a 363 trabalhadores desde o mês passado. “Não sei onde isso vai parar”, afirmou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Araçatuba e Região, Dulce Helena Ferreira.O surgimento de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul no início de outubro atingiu em cheio a cadeia da pecuária. O Frigoclass, de Promissão, foi o primeiro a sentir os efeitos da crise e demitiu 140 de seus 220 colaboradores. Em seguida, foi a vez do Curtume Reichert, que dispensou 40 de seus 140 funcionários. Na ocasião, o Frig deu férias coletivas a 80 de seus 120 colaboradores.A diretoria do Friboi atribuiu as demissões ao que chamou de “reordenamento da produção do período noturno”, mas conforme a presidente do Sindicato dos Trabalhadores, o que provocou as dispensas foi o embargo à carne de São Paulo por países importadores e a conseqüente redução dos abates.As primeiras demissões no Friboi de Andradina ocorreram no dia 11 deste mês, quando 100 trabalhadores foram dispensados. Anteontem, outros 28 colaboradores foram demitidos, desrespeitando o acordo firmado entre o Sindifrio (Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de São Paulo) e a Federação dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo para manutenção dos empregos nas empresas frigoríficas paulistas até 27 de novembro.A Casa do Cão demitiu 30 de seus 86 funcionários ontem, informou a presidente do Sindicato da Alimentação, em função da dificuldade na aquisição de matéria-prima. Os ossinhos para cachorro são fabricados a partir do subproduto do boi. Os outros 56 trabalhadores entrarão em férias coletivas a partir da próxima segunda-feira e, segundo a presidente do Sindicato da Alimentação, há risco de a empresa parar suas atividades se a situação não melhorar. No Frig, as 25 demissões ocorreram esta semana devido à dificuldade de comercialização do charqueado que produz.