21/09/2004 11h18 – Atualizado em 21/09/2004 11h18
O Conselho de Ensino de Graduação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) confirmou na segunda-feira a rejeição ao sistema de cotas para seleção de novos alunos. Os professores, alunos e funcionários integrantes do Conselho discutiram durante seis meses a possível reserva de vagas para alunos negros, pardos e provenientes de escolas públicas.
Dos 13 conselheiros que participaram da reunião, 11 votaram contra a adoção do sistema de cotas. A decisão vale para o vestibular de 2005. No começo de agosto, a reitoria da universidade já havia tomado a mesma decisão, alegando que o edital do processo seletivo do ano que vem já estava pronto.
Em documento divulgado pela universidade na segunda, o conselho diz que reconhece a existência de condições desiguais para pobres, negros e índios. Porém, afirma que a solução deve ser um investimento contínuo em um ensino fundamental e médio de qualidade.
Ainda na segunda-feira, o ministro da Educação, Tarso Genro, disse que respeita a decisão da UFRJ. “Eu considero isso um ato da autonomia universitária, que nós temos que respeitar. Agora quando for lei federal, aí todas as universidades vão ter que se adaptar. Isso é um processo de elaboração e discussão dentro do estado democrático de direito”, declarou Genro. O projeto do governo federal que cria o sistema de cotas está sob análise do Congresso.
A UFRJ também sugeriu em sua análise meios de ampliar o acesso ao ensino universitário. Um deles seria a criação de novas vagas no período noturno. Tal necessidade já havia sido citada no Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso em 2001, e no programa de governo do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.
Atualmente, segundo dados do MEC (Ministério da Educação), do total de 1,1 milhão de alunos estudando em instituições públicas de ensino superior, 376 mil (36% do total) estudam à noite e 675 mil (64%), de dia.
Fonte:Folha online