22/05/2003 07h51 – Atualizado em 22/05/2003 07h51
O diretor e ator americano Vincent Gallo chocou Cannes nesta quarta. Tudo por causa de uma cena de sexo oral extremamente realista em seu road movie, “The Brown Bunny”. A cena é protagonizada pelo próprio Gallo e por Chloe Sevigny. Na coletiva, o diretor disse que Winona Ryder e Kirsten Dunst queriam fazer o filme. Mas que foram reprovadas.
Gallo, sentado ao lado de Chloe – atriz que foi revelada no filme “Kids” e também esteve em “Meninos não choram” – disse que a cena de sexo oral não deixa espaço para muita imaginação:
- Estávamos numa situação de muita intimidade, num quarto. A câmera estava sendo operada por controle remoto.
E agradeceu aos jornalistas que ficaram na dúvida se a cena era real ou não:
- Muito obrigado por terem se perguntado isso. Vocês devem ter ficado impressionados!
Detalhe: ele não falou se a cena era real ou não. Em “The Brown Bunny”, ele é um motociclista que não consegue superar um antigo amor e fica viajando pelos Estados Unidos para participar de corridas. Apesar da polêmica, Gallo diz que não considerou a cena pornográfica:
- Quando tive a idéia do roteiro, percebi que não tinha outro jeito de fazê-lo. Não foi uma coisa pensada, não queria dar um conceito erótico, pornográfico ou escandaloso ao filme.
Já Sevigny, admitiu:
- Foi o filme mais pessoal e intenso que fiz em toda minha carreira.
E sobre a recusa das duas outras atrizes? Bem, o diretor disse que teve problemas com o agente de Kirsten Dunst. E que não iria escalar Winona para o papel principal, mas que lhe ofereceu um pequeno papel. Ela viajou até o set. E foi um desastre:
- Ela ficou implicando com a maquiagem e com o figurino – lembrou.
E o que Gallo fez?
- Disse à minha equipe: document.write Chr(39)vocês vão dar uma volta na cidade e a primeira garota maior de doze anos e menor de cem que encontrarem fará este papeldocument.write Chr(39).
E assim foi feito. A crítica se dividiu entre achar o filme ótimo e horrível.
- Me acostumei com a falta de popularidade desde cedo. Isso me coloca na zona de conforto.
E parece que Cannes tem se acostumado à polêmica. No ano passado, foi o filme “Irreversible”, de Gaspar Noé, que chocou. O filme, que entra em cartaz no Brasil este ano, tem uma longa cena de estupro protagonizada por Mônica Belluci. Nas sessões de Cannes, pessoas saíram da sala passando mal.