29/11/2002 10h48 – Atualizado em 29/11/2002 10h48
O Tribunal de Direitos Humanos que julga em Jacarta os acusados de crimes contra a humanidade no Timor Leste absolveu hoje dois comandantes do Exército da Indonésia, um chefe da Polícia e um funcionário da antiga administração desse país. Eles foram acusados pela Procuradoria de encobrir e não cumprir sua obrigação na hora de impedir as matanças ocorridas em 1999 em Dili, a capital timorense, e a localidade de Liquica.
O tribunal especial exonerou de todos as acusações o tenente-coronel do Exército Asep Kuuswani, o tenente-coronel da Polícia Adios Salova, e o ex-administrador de Liquica Leonidas Martin. Pelo menos 22 pessoas foram assassinadas em 6 de abril de 1999 no ataque perpetrado por membros da milícia pró-indonésia “Besi Mera Putih” contra a igreja de Liquica.
O juiz Cicut Sutiarto disse que não existem provas que demonstrem que os acusados tiveram relações com o grupo miliciano Besi Meh Putih. Horas antes, o mesmo tribunal absolvera o tenente-coronel Endar Piyanto, ex-chefe militar de Dili.
A matança foi promovida por integrantes da milícia Aitarak, então liderada por Eurico Guterres, que em 27 novembro foi condenado a dez anos de prisão por instigação. Aitarak e outras milícias, armadas e criadas pelos militares indonésios, desataram uma campanha de terror no Timor Leste durante o processo consultivo que culminou com a votação relizada em 30 de agosto de 1999, que deu a vitória aos independentistas.
As Nações Unidas calculam que cerca de mil timorenses foram assassinados durante a campanha de terror promovida pelas milícias com o apoio de militares indonésios. Até o momento, sete dos 18 acusados foram exonerados dos crimes que lhes imputavan, e por enquanto só Guterres e o ex-governador do Timor Leste Abilio Soares foram condenados a penas de prisão.
Fonte: Agência EFE