06/04/2011 00h13 – Atualizado em 06/04/2011 00h13

O jornalista João Maria Vicente, editor do jornal de maior circulação de Três Lagoas, o Hoje MS, está de molho em sua residência

Ele é a mais nova vítima que contraiu conjuntivite, doença que a já está se tornando endemia na região

Caldeirão do Bolsão – Ricardo Ojeda

DE MOLHO

O jornalista João Maria Vicente, editor do jornal de maior circulação de Três Lagoas, o Hoje MS, está de molho em sua residência. Ele é a mais nova vítima que contraiu conjuntivite, doença que a já está se tornando endemia na região. Ao nobre colega, votos de pronto restabelecimento.

INVEJOSA

Para não ser diferente, até na redação do Perfil News, a repórter Guta Rufino também contraiu conjuntivite, mas não entregou os pontos. Mesmo sem poder sair de casa, munida de celular e de um computador ele consegue postar notícias inéditas do cotidiano policial da cidade.

SABATINADO

Claudio Totó, um dos pecuaristas mais renomados e respeitados de Três Lagoas esteve no estúdio da TV Perfil onde foi sabatinado pelo titular dessa coluna. Totó, que não tem papas na língua respondeu de pronto todas as indagações, mostrando ser profundo conhecedor, não só da pecuária, onde atua há mais de 50 anos, como qualquer outro assunto.

GULOSO

Totó abordou e defendeu com propriedade quando disse que o frigorifico Mataboi teria sido “engolido” pelo grupo JBS, que fechou as linhas de crédito da empresa.

JOGADA FINANCEIRA

O fim das atividades do frigorífico Mataboi em Três Lagoas, onde a empresa empregava cerca de 500 trabalhadores, teria sido motivado por uma jogada financeira colocada em prática pelo concorrente JBS.

MONOPÓLIO

O grupo é o maior exportador de carne bovina do mundo, e teria interesse em passar a comandar o mercado de carne do gênero na região do Bolsão e, por consequência, ser o principal fornecedor do produto, a partir dessa região, para o Estado de São Paulo, principalmente.

PARTE SENSÍVEL

O fazendeiro contou que, com o objetivo de “minar” os negócios do grupo Mataboi no município – empresa que atuava ainda em outros três Estados e era responsável, até há pouco tempo, por 23% das exportações da carne bovina brasileira – o JBS atingiu o concorrente no seu lado mais sensível: o financeiro.

SEM LASTROS

Segundo Cláudio Totó, o JBS, que recentemente passou a ser o principal fornecedor de carnes para a rede de lanchonetes MacDonald’s, teria comprado justamente o banco que garantia lastros financeiros para o Mataboi tocar suas atividades no complexo da carne nos quatro estados em que atuava.

CRÉDITO CORTADO

Como acionista principal do Banco Matone, a partir do dia 11 do mês passado, o JBS teria cortado os créditos ao Mataboi que antes eram concedidos pela instituição financeira, o que teria afetado as operações desta última empresa e, por consequência, levado ao encerramento das atividades do grupo frigorífico, que somente em Três Lagoas abatia cerca de 15 mil animais ao mês.

SECANDO A FONTE

“O JBS sempre quis acabar com o Mataboi principalmente na região de Três Lagoas. Com isso, o JBS passaria a ser o principal fornecedor da carne produzida na região do município para o Estado de São Paulo”, disse Cláudio Totó.

MINANDO A CONCORRÊNCIA

O pecuarista lembrou que com duas unidades em Campo Grande e uma na cidade paulista de Andradina, o JBS, com o fim das atividades do Mataboi em Três Lagoas, passaria a ampliar sua participação no setor de industrialização de carne bovina na região do Bolsão.

MONOPÓLIO DA CARNE

Cláudio Totó lembrou que a atuação quase que isolada do JBS na região de Três Lagoas, a partir do fechamento do Mataboi, poderá fazer com que o grupo frigorífico consolide na região uma política de monopólio do setor da carne, onde a empresa poderia se sentir à vontade para fixar o preço do produto dentro de suas conveniências.

CARTEL

“O cartel da carne já é evidente na região e a expectativa é de que agora se instale por aqui um monopólio, que seria uma medida ainda mais prejudicial aos fazendeiros a ao próprio consumidor”, falou Cláudio Totó.

QUADRO NEGATIVO

No final da entrevista, o pecuarista desenhou um quadro nada favorável aos pecuaristas na região de Três Lagoas. Na opinião dele, a atividade tende a desaparecer na região, devido o avanço das florestas para abastecer as indústrias de celulose.

SAÍDA

Indagado sobre a possibilidade da formação de um consórcio silvipastoril, ele opinou que é uma saída para a pecuária, mas não resolverá o problema do setor.

FINANCIAMENTO DE CAMPANHA

A Comissão de Reforma Política do Senado aprovou, nesta terça-feira, a proposta que prevê financiamento exclusivamente público de campanha por meio de recursos do fundo partidário.

COMPENSAÇÃO FISCAL

Segundo a proposta, indiretamente, os partidos em campanha política também serão beneficiados pela compensação fiscal a que emissoras de rádio e televisão têm direito pela cessão dos horários políticos gratuitos.

DÍVIDAS CRESCEM

As 40 unidades do frigorífico Mataboi instaladas em Mato Grosso, que, a exemplo da planta de Três Lagoas, suspenderam quase que totalmente a produção na última semana, teriam um débito de aproximadamente R$ 20 milhões com pecuaristas do vizinho Estado.

CALOTE MILIONÁRIO

O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso, Luciano Vacari, revela que, com base nos abates diários das plantas de MT do Mataboi, a entidade calcula um calote milionário se as dívidas firmadas junto aos pecuaristas daquele Estado não forem liquidadas.

PÉ DE BOI

O governador André Puccinelli foi o único entre os governadores a participar da mobilização em prol da votação do Código Florestal Brasileiro, nesta terça-feira (5), acompanhando produtores de vários estados.

VOTO ÚNICO

Puccinelli afirmou que toda a bancada federal de Mato Grosso do Sul votará favoravelmente ao projeto.

DEBATE CIENTÍFICO

O governador de MS defendeu um debate científico a respeito do tema e apontou como instrumento pontual para a discussão, a realização de estudo de zoneamento agroecológico e econômico nos estados.

RECEPÇÃO

A vice-governadora Simone Tebet recebeu nesta terça-feira a visita do ministro de Recursos Animais e Pesca do Sudão, Faysal Hassan Ibrahim junto com uma comitiva composta de 12 pessoas – sendo o ministro conselheiro ou ministro plenipotenciário – Abd Elaziz Hassan; dois empresários e os demais diretores governamentais. Na ocasião ele representou o titular da Pasta, André Puccinelli.

FILOSOFANDO

“A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa” (Jô Soares).