04/05/2011 12h42 – Atualizado em 04/05/2011 12h42
Roberto Cabrini deixa dicas aos futuros jornalistas durante entrevista exclusiva Grupo Perfil de Comunicação
O jornalista também explica como é desenvolvida a produção de uma reportagem investigativa
Guta Rufino
O jornalista Roberto Cabrini, apresentador do programa Conexão Repórter, do SBT, concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo Perfil de Comunicação durante sua visita a Três Lagoas, onde foi palestrante no 7º Encontro de Jornalistas, organizado por Ricardo Ojeda diretor do grupo de comunicação, realizado no dia 29 de abril.
Perfil News: Quando você decidiu se especializar em jornalismo investigativo?
Roberto Cabrini: “Em tese, todo jornalismo deveria ser investigativo; aquele que se aprofunda mais. Logo quando comecei, decidi me aprofundar, provocar discussões, pensar na sociedade. O jornalismo não tem sentido se não ajuda a sociedade”.
PN:Você já sofreu alguma ameaça?
RC: “No jornalismo há ameaça. Eu encaro a ameaça como se eu estivesse diante uma reportagem importante”.
PN: Você já sentiu medo na elaboração de alguma reportagem?
RC: “Isso já se tornou normal, corriqueiro, me desligo e foco no que estou fazendo. Se não estou trabalhando posso sentir medo até de barata. Não sou apaixonado pela adrenalina, mas ela me faz ficar mais convicto, a matéria que tenho de fazer é algo importante e supera tudo isso”.
PN: Como é a produção de uma reportagem investigativa?
RC: “Existe reportagens que demoram meses e é necessária uma grande equipe, já outras, da pra fazer a produção sozinho”.
PN: Como é desenvolvido o programa Conexão Repórter, o qual você é o diretor e apresentador?
RC: “É um projeto que montei e acompanhei a produção. O objetivo é um programa que toque, provoque discussão, troca de idéias, que é a função do repórter. Para cada furo de reportagem que vai ao ar são 10, 20 tentativas frustradas”.
PN: Deixe uma dica aos estudantes de Jornalismo.
RC: “É necessário para quem quer fazer jornalismo, sentido investigativo 24h por dia, repórter não tem hora. Você precisa esta com seu radar ligado, o maior bem que um jornalista pode ter é a iniciativa, não ficar estático diante das coisas, se diferenciarem, ver a pergunta que ninguém fez, não pensar em ficar rico, mais isso pode acontecer se você ama sua profissão”.
PN: Gostaria de deixar um recado à população três-lagoense?
RC: “Um abraço ao povo de Três Lagoas, foi muito gratificante estar aqui, fiquei impressionado com o desenvolvimento da cidade, que está crescendo e traz desafios e o jornalismo tem que acompanhar os dilemas”.