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domingo, 27 de abril de 2025

História Oral: Professor comenta importância da colaboração

23/08/2012 17h41 – Atualizado em 23/08/2012 17h41

A importância da colaboração para fazer História Oral

Para o professor José Carlos Sebe Bom Meihy, no processo de fazer História Oral, o historiador não deve substituir as expressões populares dos narradores pela norma culta utilizada pela academia

Guta Rufino

A academia deve respeitar e trabalhar junto à comunidade que muito tem a revelar por meio de suas histórias. Esta temática foi apresentada na noite de segunda-feira (20), no encerramento da palestra “História Oral: Teias narrativas e destino social”, ministrada pelo professor José Carlos Sebe Bom Meihy, coordenador do Nucleo de Estudos em História Oral da Universidade de São Paulo (USP), no anfiteatro da unidade II da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em Três Lagoas.

Foi realizado um bloco de perguntas no final da apresentação do professor, algumas dúvidas relacionadas ao fazer e pensar História Oral foram esclarecidas. Conforme afirma Sebe, a palavra tem poder, ela é capaz de encantar, independente de ser usada de forma culta ou informal. Os contos encantam.

Com relação ao desejo de narrar, foi comentado que assim como sempre existiu o desejo do registro das histórias, também há a emoção em narrar. A oralidade também tem valor, e pode ser registrada, por meio da colaboração entre o narrador e o historiador.

E na História Oral, a academia – que utiliza da norma culta da língua portuguesa-, trabalha junto com o oposto, o popular. Um colaborando com o outro. Colaborar, do Latin, que significa o ato de trabalhar junto. O narrador é autor da sua história assim como o historiador que reconta de forma escrita o discurso de uma memória emocionante.

Essa história contada será recontada ao ser registrada. “Há um dono da história, que quer se reconhecer em sua história contada, que foi recontada”, disse o professor Sebe, ressaltando a importância do historiador respeitar o processo narrativo dado pelo sujeito, ou seja, não substituir as expressões populares dos narradores pela norma culta utilizada pela academia.

EVENTO

O VII Ciclo de Palestras faz parte do VII Ciclo de Palestras “Deslocamentos, oralidade e intolerância na história”, organizado pelo curso de História, que será realizado até o dia 8 de novembro, com mais três palestras, oficinas e lançamento de livro.

Professor José Carlos Sebe Bom Meihy, ministrou uma palestra esta semana na UFMS em Três Lagoas
(Foto: Reprodução/unifesp.br)

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