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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Leilão do acervo da filha de Niemeyer atrai colecionadores de todos os lugares

30/10/2012 09h24 – Atualizado em 30/10/2012 09h24

Leilão do acervo da filha de Niemeyer atrai colecionadores nacionais e estrangeiros

Paulo Virgilio, Agência Brasil

Colecionadores particulares brasileiros e estrangeiros já manifestaram interesse em participar do leilão do vasto acervo de arte brasileira reunido por mais de três décadas pela galerista e designer de interiores Anna Maria Niemeyer, de ontem (29) a quinta-feira (1º), às 19h30, no Atlântica Business Center, em Copacabana, zona sul do Rio. São cerca de 750 obras, reunidas em 557 lotes, que serão vendidas devido à decisão da família de encerrar as atividades da galeria de arte mantida durante 33 anos por Anna Maria, que morreu em 6 de junho passado, aos 82 anos de idade.

Filha única e colaboradora do arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, Anna Maria abriu a galeria, no fim da década de 1970, com o propósito inicial de organizar e mostrar as obras de seu pai. Paralelamente aos seus projetos de arquitetura, Niemeyer também produziu desenhos, gravuras, esculturas e peças de mobiliário. A segunda noite do leilão será dedicada inteiramente à produção do arquiteto – 116 trabalhos, incluindo projetos de interior dos palácios de Brasília, litografias e desenhos da década de 1920.

Instalada em dois espaços, no Shopping da Gávea e na Praça Santos Dumont, no bairro da Gávea, a galeria foi responsável por lançar e alavancar a chamada Geração 80 das artes plásticas brasileiras. Entre as obras colocadas à venda, em lotes distribuídos pelas quatro noites do leilão, estão trabalhos de vários nomes hoje bem cotados no mercado nacional e internacional de arte, como Beatriz Milhazes, Jorge Guinle, Victor Arruda, Nelson Leirner, Iole de Freitas, Franz Weissmann e dezenas de artistas.

“A nossa expectativa é de vender 70% do acervo, avaliado em R$ 5 milhões”, estima Marcela Cals, relações públicas do escritório de arte Soraia Cals, que organiza o leilão. Segundo ela, cerca de 400 pessoas são esperadas para a primeira noite do pregão, que também recebe lances por telefone, sobretudo de compradores internacionais. Os preços mínimos variam de R$ 230, para uma flexografia da artista Monica Barki, a R$ 800 mil, para a tela O Desfile, da pintora Beatriz Milhazes.

Obras de artistas estrangeiros, colecionadas por Anna Maria Niemeyer, também estão à venda, entre elas uma escultura de Salvador Dalí e um prato de cerâmica de Pablo Picasso, presenteado pelo pintor à galerista. Marcela Cals admite que entre os interessados em adquirir o acervo podem estar museus estrangeiros. “Mas isto a gente só vai saber no decorrer do leilão”, disse.

Antes de passar de forma definitiva aos seus compradores, o acervo – ou pelo menos parte dele – poderá ser visto pelo público em geral, em uma exposição no Paço Imperial, no centro do Rio, em dezembro próximo. “A intenção é expor tudo na mostra, mas isto vai depender da concordância dos novos donos”, declarou Marcela.

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