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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Em Três Lagoas, movimentos sindicais fazem manifestação na Fibria e IP por reajuste salarial

15/09/2014 10h27 – Atualizado em 15/09/2014 10h27

Apesar do movimento, indústria não teve produção paralisada

Cerca de 150 dos quase mil trabalhadores das duas indústrias estão neste momento participando da manifestação em prol de reivindicação salarial, cujas propostas de reajuste não agradaram nem patrões nem empregados

Léo Lima e Ricardo Ojeda

O gerente-geral da Fibria Renato Ottoni foi barrado, no começo da manhã desta segunda-feira (15), por manifestantes que estão postados em frente à indústria de celulose. “Estamos fazendo uma manifestação por reajuste salarial e gostaríamos que o senhor colaborasse e não entre na indústria ainda, até que terminemos de conversar com os companheiros trabalhadores”, disse um dos sindicalistas.

Tal fato foi gerado pela atual situação de negociação salarial entre a direção das indústrias de celulose e de papel de Três Lagoas, a Fibria e a International Paper (IP), que entrou em rota de colisão, não agradando nem patrões tampouco os trabalhadores. A proposta dos operários, comandada pelo Sititrel (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel e Celulose), inicialmente, de aplicação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que está em 6,33%, mais 4% de ganho real, foi rejeitada pela diretoria das fábricas, que ofereceu 6,7% no total.

PROPOSTAS

De acordo com o presidente do Sititrel Almir Morgão, “ao recebermos a proposta das diretorias, recalculamos nossa reivindicação e baixamos 2% a nossa proposta, ficando em 8,33%, mas nem assim eles [diretores] aceitaram”.

Ao todo são 380 operários somente na Fibria sindicalizados, mas a fábrica de celulose, segundo os dirigentes sindicais, tem quase mil trabalhadores. “Até sexta-feira (19) que vem se não houver acordo vamos partir para a greve, que é a última instância”, alertou Morgão. Fundado em 2009, o sindicato tem 600 associados que atuam nas três empresas de papel e celulose (incluindo a Eldorado Brasil).

REAJUSTE SALARIAL

Segundo Almir Morgão, um dos objetivos do movimento é a unificação dos salários nas unidades das indústrias em todo o país. “O setor de papel e celulose tem tido um desempenho excelente na economia do país, garantindo ganhos muito bons para as empresas. Não tem sentido os patrões alegarem que não podem dar um expressivo aumento real para nossa categoria; não podemos aceitar o achatamento dos salários de nossa base se nas unidades de outras bases os trabalhadores estão conquistando aumento real, diferentemente dos companheiros de Três Lagoas”, observou o sindicalista.

Conforme ele, o piso salarial da fabrica de celulose é R$ 1.100; da IP é de R$ 900. “Nenhum argumento patronal irá nos acuar, nem nos impedir de buscarmos ganho real, porque defendemos que quando o trabalhador tem dinheiro no bolso ele vai às compras e faz a economia girar. Depois de várias rodadas de negociação, os patrões ofereceram apenas 0,63% de aumento real; um absurdo, por isto estamos intensificando nossa mobilização, com apoio da Força Sindical, CUT e outros companheiros para pressionar e exigir que eles melhorem a proposta”, comentou Morgão.

INDÚSTRIAS FUNCIONANDO

O movimento em frente às fábricas não impediu o funcionamento normal das duas indústrias. Os operários que chegavam para o turno da manhã esperaram em frente às fábricas, ouvindo os sindicalistas falarem a respeito da negociação salarial. Com sistema de som ligado, os dirigentes sindicais aproveitavam para mandar recado aos que estavam no interior das indústrias: “companheiros, não paralisem o trabalho e assim que deixarem o serviço, pedimos que ouçam o que estamos reivindicando para melhorar o nosso salário”.

A manifestação foi pacífica e até o momento do fechamento deste texto nenhum confronto que possa ter ocorrido nos sites das indústrias foi informado.

Veja mais imagens da paralisação

O movimento dos sindicalistas em frente às fábricas não impediu o funcionamento normal das duas indústrias (Fotos: Ricardo Ojeda)

A manifestação foi pacífica e até o momento do fechamento deste texto nenhum confronto que possa ter ocorrido nos sites das indústrias foi informado (Fotos: Ricardo Ojeda)

Os operários que chegavam para o turno da manhã esperaram em frente às fábricas, ouvindo os sindicalistas falarem a respeito da negociação salarial  (Fotos: Ricardo Ojeda)

Sindicalistas e trabalhadores cruzam os braços esperando terem reivindicações atendidas, enquanto indústria continua produzindo (Foto: Ricardo Ojeda)

Em Três Lagoas, movimentos sindicais fazem manifestação na Fibria e IP por reajuste salarial

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