Williams Araújo
Excrescência
O fato que mais impressionou esta semana foi a celeridade com que os vereadores da Capital aprovaram uma mudança na Lei Orgânica do Município. O motivo de tanta pressa foi validar a ida de Elizeu Dionízio (SD) para a Câmara Federal sem que precisasse deixar o mandato de vereador.
Como essa brecha pode trazer benefícios futuros a outros parlamentares, o projeto teve o aval de quase todos, menos de Coringa (PSD), que votou contra, apesar de ser o 2º suplente.
Contramão
Infelizmente, para a população de Campo Grande, essa rapidez dos seus representantes no Poder Legislativo Municipal em causa própria não é aplicada em projetos que tragam benefícios ao cidadão pagador de impostos. Quando o povo é o cerne da questão, as discussões são intermináveis e, invariavelmente, vão para as calendas.
Com isso, projetos e resultado de CPIs adormecem nos escaninhos da Casa e por lá mofam sem que as respostas aguardadas venham à tona.
Discussão
Passada a eleição da Mesa Diretora, os deputados estaduais concentram esforços na composição das comissões temáticas da Casa. A mais cobiçada e fundamental na tramitação de projetos – tanto do Executivo quanto do Legislativo – é a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Redação).
A base aliada do governo vai lutar por ela, mesmo tendo desvantagem em número em relação aos demais partidos. Esta será uma discussão à parte e promete muita conversa pela frente.
Bateu, levou
A bancada majoritária do PMDB na Assembleia já deu um recado aos demais parlamentares da base aliada do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), principalmente composta de tucanos e o democrata Zé Teixeira (DEM): “esqueçam o André Puccinelli que tudo caminhará direitinho no plenário da Casa”.
Advertência foi feita pelo deputado Marquinhos Trad (PMDB), que usou a tribuna para alfinetar o governo tucano antes mesmo do fim da lua de mel.
Vidraça
Aliás, o trunfo de Marquinhos Trad, que é dissidente do PMDB, é minar o governo tucano para impedir a ascensão da vice-governadora Rose Modesta, virtual candidata à prefeitura de Campo Grande em 2016 com o aval de Reinaldo Azambuja. Convites de vários partidos é que não faltam.
Resta saber se Marquinhos será páreo para enfrentar o poderio político do ex-governador André
Puccinelli, ávido a retornar ao comando do Paço Municipal, onde reinou por oito anos consecutivos.