25/07/2015 08h29 – Atualizado em 25/07/2015 08h29
RUIU
‘A coisa ta feia, a coisa ta preta, quem não for filho de Deus, ta na unha do Capeta’. Esse verso de música caipira escrito e cantado por Tião Carreiro serve para ilustrar bem a situação dos envolvidos na ‘Operação Lama Asfáltica’. Sem ter como negar, uma vez que caíram no grampo da Polícia Federal, o jeito é dizer ‘sim senhor, não senhor’ para que a jiripoca não pie antes do veredicto final.
Até lá, dizem, tem muito chão a ser percorrido e gente pra ser investigada. Ruído de sirene é tudo que eles não querem ouvir.
ALÉM-TÚMULO
Situação parecida a de Alcides Bernal (PP) viveu o ex-prefeito de Dourados, Ari Artuzi (falecido em 2012). Acusado de corrupção e arrancado do cargo após três meses de cadeião, se viu obrigado a assinar uma carta de renúncia para, aí sim, deixar o presídio. Esse período foi suficiente para que ele desenvolvesse um câncer agressivo e morresse à míngua.
Antes do suspiro final, porém, recebera a notícia que haviam lhe inocentado de todas as acusações. Tarde demais. Em outro plano, hoje, deve se sentir vingado.
GRAMPO 1
Quatro vereadores de Campo Grande são citados em relatório da Polícia Federal sobre suposto esquema de compra de votos visando à cassação do prefeito Alcides Bernal (PP).
O esquema seria bancado pelo empreiteiro João Alberto Amorim (Proteco) e por João Roberto Baird (proprietário da Itel Informática).
GRAMPO 2
Apesar de negarem tudo, são citados os vereadores
Paulo Pedra (PDT), Edson Shimabukuro (PTB), Gilmar da Cruz (PRB) e o presidente da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB).
O peemedebista, conforme a Polícia Federal, figura como possível integrante do esquema e teve diálogos telefônicos com João Amorim interceptados negociando “outro cafézinho”, referência utilizada como sinônimo de propina.
TATEANDO
Pesquisas para consumo interno devem nortear os partidos – especialmente os maiores – na escolha de candidatos a prefeito nos 79 municípios do Estado. É claro que eles vão se concentrar nas maiores cidades para não correrem o risco de fazer feio. Os últimos acontecimentos envolvendo a política e políticos com desvio de dinheiro público, porém, devem influenciar e, muito, no resultado de intenção de voto da população.
O momento requer cautela na hora de indicar um nome para passar pelo crivo do povo.