14/01/2016 10h52 – Atualizado em 14/01/2016 10h52
(*) Sidnei Ramos
O ano começou e janeiro trouxe consigo as “boas vindas” dos impostos. Vem aí o IPTU, IPVA, material escolar e gastos típicos de todo início de ano. Mas, então, qual a diferença? Bom, a começar pelo nosso quintal, aqui no Mato Grosso do Sul a alíquota do IPVA aumentou, forma encontrada para cobrir custos que só se elevam, enquanto as vendas de veículos 0 km caem e registram o pior período em 20 anos.
Isso me faz pensar no retrocesso que sofremos. Com certeza o “economês” tratado pelos telejornais (onde a massa mais consome informação) não fala a língua das pessoas mais simples, aquelas que fazem parte da já antiga “nova classe média brasileira” como definiu um ex-presidente do mesmo partido que a atual.
No entanto, mesmo não entendendo o significado das siglas, dos fechamentos das principais bolsas de valores pelo mundo ou, ainda, as implicações que interferem nas cotações do dólar, estes cidadãos entendem como poucos economistas como é lidar com tão poucos recursos para alimentar uma família. Conhece a dificuldade de encontrar preços remarcados com frequência nas prateleiras e passar a comprar no mercadinho da esquina para economizar o combustível da ida ao supermercado que fica mais longe.
Os retratos de um Brasil real diferem e muito das belas (e caras) campanhas institucionais do governo. Em nada se compara aos voos que na fala do antigo presidente incomodava os ricos. Pergunto-me se em alguma vez os eleitores fiéis daquele senhor notaram a diferença social entre eles, pois o mesmo homem que fala que o povo terá de se sacrificar e comer arroz com ovo frequenta os lugares mais caros do país em viagens de voos fretados e morando em uma cobertura de frente para o belo mar do atlântico. Isso, claro, sem falar das outras propriedades. Uma ascensão meteórica de um homem que ocupou o poder durante oito anos, mas que ainda colhe frutos, que segundo instituição que leva seu sobrenome, tem como origem as palestras (que devem ser milagrosas).
A verdade é que – mais uma vez – a bola está conosco e nem adianta lamentar, porque a infeliz realidade é que aqueles que ocupam lugar no poder só estão lá porque a maioria elegeu.