21/03/2016 09h14 – Atualizado em 21/03/2016 09h14
Delcídio (sem partido), além de comprometer ex-correligionários na delação premiada, trouxe no fim de semana mais uma informação bombástica. Segundo ele, Lula e Dilma “tentam de forma sistêmica obstruir os trabalhos da Justiça, como ficou claro com a divulgação das conversas gravadas entre os dois”. Ele enviou à Justiça gravações de conversas entre um assessor dele e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, denunciando que a alta cúpula do governo atuava para atrapalhar a Operação Lava Jato.
REFLEXO
Verdade ou não, o que se sabe é que as denúncias feitas pelo senador sul-mato-grossense acabaram ofuscando o trabalho bem feito das CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) criadas pela Assembleia Legislativa para investigar a participação do Cimi nas invasões de terras, a morte de índios e o cartel de combustível em Mato Grosso do Sul. Ou seja, a cada noticiário diário as atenções estão voltadas para o desenrolar dos acontecimentos em Brasília, até porque envolve o comando da nação.
DIGITAIS
Aliás, as denúncias feitas por Delcídio envolvem figuras importantes da política local, como o ex-governador André Puccinelli (PMDB) e o ex-deputado federal Edson Giroto (PR). Ao abrir a boca, afirmou que um esquema, que tinha o dedo do ex-ministro dos Transportes e deputado federal Alfredo Nascimento (PR-AM), facilitava a arrecadação de propina para o PR e o PMDB. Em nota, Puccinelli afirmou que a acusação “não faz menor sentido”, enquanto Giroto negou que existiu qualquer esquema de descentralização.
JANELA…
Apesar do alarde, feito principalmente pela cúpula do PSDB, a janela partidária trouxe poucas modificações nas bancadas da Assembleia Legislativa. Apenas seis deputados estaduais trocaram de partido, aproveitando a brecha de 30 dias dada pela emenda constitucional que permitiu a mudança sem o risco de perda de mandato. Mudaram de lado os deputados Beto Pereira (PSDB), Maurício Picarelli (PSDB), Mara Caseiro (PSDB), Marcio Fernandes (PMDB), Marquinhos Trad (PSD) e Felipe Orro (PSDB). Eles deixaram respectivamente o PDT, PMDB, PMB, PTdoB, PMDB e PDT.
PARTIDÁRIA
Em termos de bancada federal, apenas o deputado Geraldo Resende trocou o PMDB pelo PSDB a convite do governador Reinaldo Azambuja. Chega ao ninho tucano com pompa de candidato à sucessão do prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB). O ex-andrezista vai se juntar agora ao deputado Elizeu Dionizio, que ocupa o cargo em Brasília enquanto o titular do mandato, Márcio Monteiro, atua na Secretara de Estado de Fazenda. Aliás, o desembarque de Geraldo no PSDB desagradou o ex-deputado federal Marçal Filho, que precisa de afago dos correligionários para pensar em outros projetos.