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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Pit bull

30/05/2018 09h55

Willams Araújo

Pit bull

Na linha de frente do frágil e perdido governo Temer, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS) aumenta a cada dia que passa a dimensão do seu desgaste político que, aliás, parece não ter fim. Ainda assim, trabalha duro para amenizar o sofrimento do poderoso chefão e, por conta disso, continua nos holofotes da imprensa. O Estadão, por exemplo, destinou página inteira para destacar a atuação do gaúcho radicado em MS, chamando-se de pit bull do governo.

Grandalhão

Segundo reportagem do jornal de circulação nacional, desde que chegou ao Palácio do Planalto, em dezembro passado, Marun tem atuado como uma espécie de porta-voz para temas difíceis. Por exemplo: em março, ele ameaçou apresentar um pedido de impeachment do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, alegando atuação político-partidária do magistrado. Barroso revogou um decreto de indulto natalino assinado por Temer. Ele também autorizou a operação da Polícia Federal que levou à prisão pessoas muito próximas do presidente.

Porta voz

Ainda segundo o Estadão, com a chegada de Marun, o presidente dispensou até mesmo o porta-voz oficial do Planalto, o embaixador Alexandre Parola, que foi transferido para o comando da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). Na crise dos caminhoneiros, Marun apareceu em todas as entrevistas. Não raro, atropelou colegas ministros para dar sua versão. E, às vezes, mais confundiu do que explicou. Na noite de domingo (27), passava das dez quando ele deu uma entrevista, logo após pronunciamento de Temer. Marun informou que o pacote de concessões feitas aos caminhoneiros teria impacto de R$ 10 bilhões aos cofres públicos, quando a conta é de R$ 13,5 bilhões.

Trajetória

Marun fez uma carreira muito rápida na política em Brasília. Ele chegou ao Congresso em 2015 e logo passou a integrar a “tropa de choque” do então presidente da Casa, Eduardo Cunha (MDB-RJ). Nessa condição, engrossou as fileiras pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Depois, tornou-se um aguerrido defensor do atual governo na Câmara até ser levado ao Palácio do Planalto. Mesmo com o governo mergulhado na impopularidade, ele optou por permanecer na equipe de Temer. Não saiu para concorrer a um cargo eletivo.

Caos

Pelo menos sete prefeituras decretaram situação de emergência em decorrência da paralisação dos caminhoneiros em Mato Grosso do Sul — Novo Horizonte, Eldorado, Pararanaíba, Amambai, Caarapó, Selvíria e Vicentina. Mas outras devem tomar a mesma decisão nos próximos dias, até porque a situação é caótica. Mesma medida tomou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que por conta disso criou o Comitê de Gestão de Crise para monitorar os estragos, incluindo queda da receita.

Pelo ralo

Ao baixar decreto de situação de emergência, o governador indica que as indústrias do estado pararam por falta de matéria-prima e de condições de transporte, causando prejuízo de cerca de R$ 100 milhões por dia. A categoria, conforme o governo tucano, emprega mais de 120 mil trabalhadores. Ele finaliza a nota dizendo que não debate a legitimidade do movimento, mas tem tomado medidas para proteger a população.

Pit bull

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