Projeto busca alternativas ao carbopol, principal matéria-prima de álcool gel que está escasso no mundo
Devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a demanda por álcool em gel 70° GL, indicado para assepsia das mãos para auxiliar no combate à doença, aumentou de forma significativa no Brasil, ocasionando a escassez de uma de suas matérias-primas no mercado, o espessante ou polímero de acrílico conhecido como carbopol ou carbomer.
Buscando solucionar esse problema, o ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas, coordenará um projeto para encontrar novas fórmulas de produção de álcool em gel que substituem o uso do carbopol.
O projeto, realizado em parceria com o ISI Biossintéticos (Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos), do Rio de Janeiro (RJ), e o ISI Polímeros (Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros), de São Leopoldo (RS), foi aprovado dentro do Edital de Inovação para a Indústria na categoria “Missão Contra Covid-19” e receberá um investimento de R$ 2,6 milhões, financiado pelo Senai Nacional, Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
Na avaliação do diretor-regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, o mundo vive uma situação delicada em que é necessária a união das instituições para combater o avanço da doença. “Já atuamos no desenvolvimento de pesquisa e inovação para apoiarmos as indústrias brasileiras e esse é momento de utilizarmos toda a nossa expertise e nossa estrutura para fomentar ações com foco na saúde. Então acredito que esse projeto, coordenado pelo ISI Biomassa e pela equipe de Mato Grosso do Sul, em parceria com outros Institutos Senai de Inovação é de extrema importância para o combate ao novo coronavírus e para salvar vidas”, afirmou.
A diretora do ISI Biomassa, Carolina Maria Machado de Andrade, explica que o objetivo é desenvolver pelo menos seis novas fórmulas de álcool em gel, que serão disponibilizadas para potenciais produtores em todo país. “Mato Grosso do Sul é um dos maiores produtores de etanol do país, uma matéria- prima essencial, e temos uma parceria com a Adecoagro Vale do Ivinhema, localizada em Angélica (MS), que fornecerá esse etanol para fazermos o escalonamento industrial com o novo material que estamos pesquisando. A ideia é termos nos próximos 40 dias respostas iniciais sobre esse material”, finalizou.