30.3 C
Três Lagoas
sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Na fronteira, militares do Exército paraguaio impedem a entrada ao país vizinho

A situação é tensa para quem mora dos dois lados da fronteira. Os soldados não estão permitindo a circulação de pessoas, até mesmo dos moradores das cidades fronteiriças

Não durou nem 48 horas a abertura da fronteira do Paraguai com o Brasil, através de Ponta Porã. Na segunda-feira, 5, um dos maiores shopping da América Latina, o Shopping China, reabriu as portas, recebendo os clientes com uma grande festa.
A empresa adotou todos os procedimentos sanitários de segurança, como exige o Ministério da Saúde do pais vizinho.

Entretanto, na tarde do dia seguinte, os militares retornaram à divisa da fronteira e impediram a circulação das pessoas que moram nas duas cidades fronteiriças. Inclusive, quem passou para o lado vizinho não conseguiu voltar pelas vias principais, tendo que encontrar outros pontos que ainda não havia fiscalização para atravessar a fronteira.

Na manhã de hoje, 7, a fiscalização foi mais intensa na linha que divide as duas cidades, Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Militares tomaram toda a extensão da fronteira proibindo o tráfego de veículos e a circulação de pessoas. Até o trevo dá acesso ao Shopping China foi fechado com pneus na parte de manhã, e agora à tarde militares estão posicionados no local.

Áudio enviado ontem à tarde ao Perfil News

Diante disso, os comerciantes, que estiveram com as atividades suspensas por sete meses, estão se organizando e prometendo novas mobilizações até a reabertura total da fronteira. Eles garantem que a situação epidemiológica está estável, sem aumento significativo de infectados e mortes por Covid-19.

De acordo com informações, a presença de militares na linha de fronteira voltou a ocorrer porque ontem várias empresas reabriram as suas instalações, tendo em vista que a grande maioria dos cidadãos depende do comércio de fronteira.

Devido a esse fechamento, muitas empresas já estavam submersas em crises. O governo não apresenta soluções quanto à abertura da fronteira, mantendo toda a zona de Pedro Juan Caballero com presença militar e constantes barreiras que dificultam a circulação normal dos cidadãos e, portanto, afetam mortalmente os negócios.

Áudio de um empresário que tem atividades nos dois lados da fronteira

Vários comerciantes afirmaram que estão indignados com esse tipo de retaliação na área de fronteira, o desemprego está crescendo e os prejuízos são incalculáveis.

Embora o governo brasileiro, por meio da portaria nº 470 de 2 de outubro, preveja a prorrogação do fechamento de fronteira ao estrangeiro por mais 30 dias, um dos pontos mais relevantes para o nosso país está entre as exceções estipuladas no Artigo 4, subseção 11, que determina que será permitido o tráfego de residentes fronteiriços em cidades-gêmeas, mediante apresentação de documento de residente ou outro documento comprobatório, desde que seja garantida a reciprocidade no tratamento dos brasileiros pelo país vizinho.

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.