Com 5 mil funcionários, empresa completa, neste mês, oito anos desde a primeira celulose fabricada em Mato Grosso do Sul; planos incluem investimentos no Porto de Santos para escoar produção de uma nova fábrica e outra usina de biomassa
A história da Eldorado Brasil, que completa oito anos neste mês de dezembro, começa dois anos antes de 2012, quando foi produzido o primeiro fardinho de celulose em Três Lagoas.
Já em 2010, a empresa contratou seu primeiro colaborador – que está na companhia até hoje: pelos olhos de Carlos Monteiro, o funcionário número 1 da Eldorado e Diretor Técnico, Industrial e de Suprimentos, passou todo o planejamento da fábrica.
Desde então, muita água passou – não apenas por baixo da ponte, mas principalmente pelos equipamentos gigantescos que produzem a celulose que é despachada para o mundo inteiro.
Uma história cheia de marcos
A pedra fundamental da Eldorado foi lançada em junho de 2010. Dois anos depois, em maio, a primeira árvore foi colhida e, em novembro, a empresa obteve a 1ª licença de operação da fábrica e o 1º contrato com um cliente europeu.
O marco definitivo, entretanto, viria um mês depois: em dezembro de 2012 a fábrica foi inaugurada e saiu da linha de produção a primeira celulose fabricada pela Eldorado Brasil, logo embarcada rumo à Turquia.
Naquele dezembro começava, de fato, a história da Eldorado Brasil em Três Lagoas. menos de um ano depois, em outubro de 2013, já completaria um milhão de toneladas de celulose produzida.
De lá para cá, a empresa construiu um caminho sólido de expansão. Com cerca de cinco mil funcionários contratados – 4500 apenas em MS – é uma forte geradora de empregos na região e possui mais de 200 mil hectares de florestas plantadas e 100 mil hectares de áreas de preservação no Mato Grosso do Sul.
Além dos empregos diretos, a empresa movimenta, indiretamente, cerca de 20 mil postos de trabalho na cidade, entre prestadores de serviços, terceirizados e setores de comércio e hotelaria – isso inclui uma concessionária Rivesa, da Volvo, que abriu um espaço em Três Lagoas para atender à demanda da Eldorado.
Em 2015 inaugurou o Terminal Portuário Eldorado Rishis, um marco para a logística da empresa; em 2019 bateu produção recorde de 1,786 milhão de toneladas de celulose e, no mesmo ano, começou as obras da Usina Termelétrica Onça Pintada, que será inaugurada no início de 2021.
Com essa Usina a Eldorado Brasil pretende liderar um movimento de geração de energia verde a partir de material que normalmente se perdia no campo. Com restos de galhos, cascas e tocos de árvores cortadas para a produção de celulose, a Eldorado produzirá energia para abastecer uma cidade de mais de 300 mil habitantes – ou três vezes o tamanho de Três Lagoas.
E o que vem pela frente
Em meio a uma disputa judicial que pode mudar os rumos do comando da Eldorado, a empresa aguarda a decisão da Corte Arbitral para anunciar os próximos passos. Mas, independentemente de quem assuma o controle da empresa (seja o grupo J&F, que é o atual controlador, com 50,59%, ou a Paper Excellence, que tem 49,41% e pleiteia a parte da J&F), o mercado dá como certo o anúncio da linha 2 (que deve levar o nome de Vanguarda 2.0).
Inclusive, toda a parte de infraestrutura de fundações e terraplanagem já está pronta e, assim que o martelo da Vanguarda 2.0 for batido, as obras civis já devem começar.
O indicativo de que a Vanguarda 2 é questão de (pouco) tempo foi a a conquista de uma nova área no Porto de Santos, por parte da Eldorado, para ajudar a escoar o aumento de produção. Em leilão realizado no final de agosto, a empresa arrematou, por R$ 250 milhões, um novo terminal no Porto – outros R$ 250 milhões serão investidos em obras de modernização do espaço.
A Eldorado projeta que a operação no novo terminal se inicie no segundo semestre de 2022, quando as obras de modernização forem concluídas. Assim que o novo terminal estiver operando, a empresa ganhará em eficiência logística e competitividade, já que o espaço terá capacidade para armazenar mais de 100 mil toneladas de celulose e movimentar mais de 2 milhões de toneladas por ano.