É o melhor resultado já registrado para o mês em toda a série histórica iniciada em 2010
A produção industrial de Mato Grosso do Sul registrou um bom resultado apesar da pandemia do novo coronavírus e alcançou em fevereiro de 2021 o melhor resultado já registrado para o mês em toda a série histórica iniciada em 2010, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 64 empresas no período de 1º a 10 de março deste ano.
Segundo o levantamento, 81% das empresas industriais do estado apresentaram estabilidade ou aumento na produção (62% das empresas com produção estável e 19% com crescimento). “Comparando com o mesmo mês do ano passado, essa participação foi superior em 12 pontos percentuais. Com esse desempenho, o índice de evolução da produção fechou fevereiro de 2021 com crescimento de 3,6 pontos na comparação com igual mês do ano anterior e de 4,1 pontos sobre a média histórica obtida para o mês”, detalhou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
Além disso, a utilização da capacidade instalada alcançou o maior patamar para o mês de fevereiro dos últimos sete anos. “Em fevereiro, 67% dos respondentes disseram que a utilização da capacidade instalada ficou igual ou acima do usual para o mês, resultado 3 pontos percentuais maior que o verificado no mesmo mês do ano passado. Já o patamar médio de utilização da capacidade total ficou em 70%, indicando aumento de 4 pontos percentuais em relação a fevereiro de 2020. Por fim, o indicador de uso efetivo em relação ao usual fechou o mês de fevereiro em 46,1 pontos, resultado 3,7 pontos acima da média histórica obtida para o mês”, informou Ezequiel Resende.
Perspectivas
Com relação ao índice de expectativa do empresário industrial, coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems explica que a demanda atingiu 57,5 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de março e, em relação ao mês anterior, o índice apresentou estabilidade. “Em março, 37,5% das empresas responderam que esperam aumento na demanda por seus produtos nos próximos seis meses. Por outro lado, para o mesmo período, 12,5% preveem queda. Já as empresas que acreditam que o nível de demanda se manterá estável responderam por 50% do total”, explicou.
A respeito dos empregados, foram atingidos 53,3 pontos, sinalizando que o número de empregados deve aumentar nos próximos seis meses a partir de março e, em relação ao mês anterior, o índice apresentou estabilidade. “Em março, 20,3% das empresas disseram que o número de empregados deve aumentar nos próximos seis meses. Por outro lado, 7,8% acreditam que esse número deve cair, enquanto 71,9% das empresas esperam manter o número de funcionários estável”, destacou o economista.
No caso das exportações, foram 50 pontos, sinalizando que o volume exportado deve permanecer estável nos próximos seis meses a partir de março, enquanto em relação ao mês anterior, o índice apresentou recuo de 2,2 pontos. “Em março, 4,7% dos respondentes disseram esperar aumento nas exportações de seus produtos nos próximos seis meses, enquanto 4,5% acreditam que deva ocorrer queda. Já as empresas que preveem estabilidade para suas exportações responderam por 19,0% do total. Por fim, 71,8% disseram que não exportam”, disse Ezequiel Rezende.
Sobre intenção de investimento, o índice segue em patamar positivo, porém a perspectiva de realização nos próximos seis meses é menor, quando comparado com o último levantamento. “Em março, o índice de intenção de investimento do empresário industrial ficou em 57,9 pontos, resultado 5,9 pontos maior que a média histórica obtida para o mês, mas 3 pontos menor que o resultado apurado em fevereiro. Mesmo assim, o atual levantamento segue refletindo uma alta participação das empresas industriais que pretendem realizar investimentos nos próximos seis meses, correspondendo a 61,0% do total. Por fim, os resultados variam de 0 a 100 pontos, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir”, argumentou.
ICEI
Ainda conforme a Sondagem Industrial, o empresário industrial se mantém confiante, mas a avaliação das condições atuais voltou a piorar, acumulando a terceira queda consecutiva. O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) fechou o mês de março com 59,4 pontos, resultado 2,9 pontos maior que a média histórica obtida para o mês, mas 2,6 pontos menor que o resultado apurado em fevereiro.
Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, a principal razão para esse desempenho foi a queda de 6,7 pontos no indicador referente as condições atuais, sinalizando uma avaliação menos positiva das condições correntes de negócio. Ou seja, houve uma piora na percepção em relação ao atual ambiente econômico. “Contudo, o índice de confiança permanece acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando que o empresário industrial de Mato Grosso do Sul se mantém confiante”, destacou.
Em março, 36,0% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram. No caso da economia estadual, a piora foi apontada por 31,3% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 21,9% dos respondentes. Já para 42,2% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que, em relação à economia sul-mato-grossense, esse percentual também foi de 42,2% e, a respeito da própria empresa, o número ficou em 46,9%.
Por fim, para 18,8% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram. Já em relação à economia estadual, esse percentual ficou em 23,5% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 28,2%. Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das condições atuais da economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 3,1%.
Expectativas para os próximos seis meses
Ezequiel Resende reforçou que em março, 12,5% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira. Em relação à economia estadual, o resultado alcançou 7,8% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 4,7% dos empresários. Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 40,6%, sendo que, em relação à economia do estado, esse percentual alcançou 43,8% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 37,5%.
Por fim, 43,8% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar. Já em relação à economia estadual, o resultado ficou em 45,3% e, no caso da própria empresa, 54,7% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam igualmente por 3,1%.