Setor mantém expectativa de aumento da demanda e planeja manter ou aumentar investimentos
A confiança da indústria de Mato Grosso do Sul tem se mantido estável, segundo dados da Sondagem Industrial, elaborada pela Coordenação da Unidade de Pesquisa da FIEMS (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul). De acordo com Ezequiel Resende Martins, economista coordenador do setor, a sondagem, relativa ao mês de março de 2021, apontou que 28% das empresas apresentaram crescimento da produção. O índice é 10 pontos percentuais superior ao levantamento realizado no mesmo mês de 2020.
De acordo com o coordenador, a capacidade instalada da indústria sul-mato-grossense é a maior dos últimos sete anos para um mês de março. “A capacidade instalada ficou igual ou acima do usual para o mês de março na avaliação de 69% dos empresários que responderam à pesquisa. O resultado está em 25 pontos percentuais acima do verificado para o mesmo mês de 2020”.
Capacidade instalada da indústria de MS chega a 70%
A Sondagem Industrial da FIEMS apontou, ainda, que a capacidade instalada da indústria de Mato Grosso do Sul em março de 2021 foi de 70%, o que representa aumento de 5 pontos percentuais em relação a março de 2020. Embora tenha havido crescimento da utilização da capacidade instalada, a indústria no Estado enfrentou problemas, como falta de matéria prima, elevada carga tributária, competição desleal (informalidade, contrabando), taxa de câmbio, falta ou alto custo da energia.
Ezequiel Resende explica que os empresários da indústria também revelaram por meio da sondagem a piora nas condições financeiras no decorrer do primeiro trimestre de 2021. “A margem de lucro operacional foi considerada ruim para 32% dos empresários, 25% relatou dificuldades para acesso ao crédito e 81% observou aumento de preços das matérias primas”.
Empresários relatam dificuldade de crédito a piora na economia
Segundo o coordenador, a situação financeira geral da empresa foi avaliada como ruim por 28% dos empresários que participaram da sondagem. Ainda assim, 32% não buscaram crédito no decorrer do primeiro trimestre deste ano. Ezequiel Resende explicou que 36,9% observaram piora da economia nacional e 31,6% na estadual. “Em relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 26,4% dos entrevistados. A principal razão para esse desempenho está relacionada a piora no indicador referente as condições atuais, sinalizando uma avaliação negativa das condições correntes de negócio. Ou seja, a percepção em relação ao atual ambiente econômico vem se deteriorando”.
Otimismo prevalece e setor considera manter ou aumentar investimentos
O quadro, porém, não reduziu o otimismo do empresariado industrial. “Há expectativa de aumento da demanda por produtos por parte de 29,8% dos dirigentes que responderam à sondagem, enquanto 61,4% acreditam que a demanda permanecerá estável”. Ainda de acordo com Ezequiel Resende, 49% dos empresários planejam investir nos próximos seis meses, enquanto 11% têm a certeza de que o farão.
A explicação está na manutenção da confiança por parte do setor industrial na expectativa de melhora da economia. “O índice de confiança permanece acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando que o empresário industrial de Mato Grosso do Sul se mantém confiante. Principalmente pela expectativa de melhora projetada para os próximos seis meses”.
Perfil da amostra
A amostra é composta por 57 empresas ou 3,2% da amostra nacional. São 23 pequenas, 29 médias e cinco grandes. São consideradas empresas pequenas as que têm entre dez e 49 empregados; média de 50 a 249 empregados; e grande as que empregam 250 trabalhadores ou mais.
Período de coleta
As entrevistas foram realizadas entre 5 a 15 de abril de 2021
Leia mais em: www.fiems.com.br e www.cni.org.br/sondindustrial.
(*) Assessoria FIEMS