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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Mãe descobre que fonoaudiólogo abusou de filho em Campo Grande; veja sinais que criança pode dar após ser abusada

Abusador foi preso

Moradora de Campo Grande, uma cabeleireira de 38 anos ficou em choque quando soube o que acontecia com o filho de 8 anos, vítima de abuso sexual durante as consultas com o fonoaudiólogo.

“Mamãe, o fono do ** tá passando a mão no p*** dele”, disse a criança.

O fonoaudiólogo foi preso na quarta-feira e ontem teve o flagrante convertido em prisão preventiva pela Justiça de Campo Grande.

A mãe de 4 filhos notou a mudança no caçula.

O menino de 8 anos fazia tratamento há 5 meses e, há pelo menos um mês, estava mais quieto, o que chamou a atenção da mãe e do pai, vendedor de 42 anos. “Até comentei com meu marido que tinha que levá-lo ao psicólogo”, disse em entrevista ao site Campo Grande News.

Antes desse agendamento, descobriu o motivo.

Na terça-feira (8), o caçula perguntou ao irmão de 10 anos se o comportamento do fonoaudiólogo era normal. Segundo a criança, ele era obrigado a deitar na maca enquanto o profissional passava a mão na barriga e nas partes íntimas do menino.

O irmão de 10 anos foi até a mãe contar. A mulher também perguntou para o caçula, que confirmou. “Ainda perguntei: ‘Meu filho, por que você não me contou antes?’”, relatou. “Aí, ele disse que ficou com vergonha e começou a chorar”.

Ontem, o menino de 10 anos, irmão da vítima, foi ouvido por equipe psicossocial da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

“Meu filho vai ter sequelas; antes, ele era brincalhão, agora, fica no quarto, na hora de dormir, fica desesperado, fala que tem que fechar a porta, tem pesadelo, acorda chorando, se isolou, não sai para canto nenhum”. A família já agendou tratamento com psicóloga especializada em traumas. “Tem um mês que notamos o comportamento diferente, mas nunca imaginamos que seria por isso.”

Como reconhecer e agir ao suspeitar de violência contra crianças

A violência contra crianças e adolescentes é uma realidade global, que resulta em consequências graves e provoca impactos em todas as áreas da vida das vítimas. 

Aqui estão alguns sinais a serem observados para proteger seu(sua) filho(a), assim como dicas do que fazer se você suspeitar que ele(a) esteja sofrendo abuso ou esteja em risco de ser abusado.

Mudança de comportamento:

O primeiro sinal a ser observado é uma possível mudança no padrão de comportamento das crianças/adolescentes e costuma ocorrer de maneira repentina e brusca, que também pode se apresentar com relação a uma pessoa específica, o possível abusador, portanto de fácil percepção. Por exemplo, se a criança /adolescente nunca agiu de determinada forma e, de repente, passa a agir; se começa a apresentar medos que não tinha antes – do escuro, de ficar sozinha ou perto de determinadas pessoas; ou então mudanças extremas no humor: era ‘super extrovertida’ e passa a ser muito introvertida. ‘Era super calma e passa a ser agressiva’. Como a maioria dos abusos acontece com pessoas da família, às vezes, apresentam rejeição a essa pessoa, fica em pânico quando está perto dela. E a família estranha: ‘Por que você não vai cumprimentar fulano? Vá lá!’. São formas que as vítimas encontram para pedir socorro, e a família necessita ficar atenta e identificar esta situação. Em outros casos, a rejeição não se dá em relação a uma pessoa específica, mas a uma atividade. A criança/adolescente não quer ir a uma atividade extracurricular, visitar um parente ou vizinho ou mesmo voltar para casa depois da escola ou frequentar a escola, o determinado esporte que tanto gosta.

Regressão:

Outro indicativo é o de recorrer a comportamentos infantis, que a criança / adolescente já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente. Coisas simples, como fazer xixi na cama ou voltar a chupar o dedo. Ou ainda começar a chorar sem motivo aparente. Se isolar com medo, não ficar perto de amigos, não confiar em ninguém, não sorrir ou usar roupas incompatíveis com o clima como mangas longas, capuz (pode ser sinal de autolesão) ou fugir de qualquer contato físico. A criança e o adolescente sempre avisam, mas na maioria das vezes não de maneira verbal

Segredos:

Para manter o silêncio da vítima, o abusador pode fazer ameaças de violência física e promover chantagens para não expor fotos ou segredos compartilhados pela vítima. É comum também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de benefício material para construir a relação com a vítima. É preciso explicar para os filhos que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com adultos de confiança, como a mãe ou o pai.

Hábitos:

Uma vítima de abuso também apresenta alterações de hábito repentinas. Pode ser desde um mau desempenho escolar, falta de concentração ou uma recusa a participar de atividades, até mudanças na alimentação (anorexia, bulimia) ou distúrbio do sono como pesadelos, insônias ou medo de ficar sozinha ou no modo de se vestir. A mudança na aparência pode ser também uma forma de proteção encontrada pela criança como uma menina se vestir como um menino na adolescência para fugir de possíveis violências.

Questões de sexualidade:

As vítimas podem reproduzir o comportamento do abusador em outras crianças/adolescentes. Como exemplo, chamar os amiguinhos para brincadeiras que têm algum cunho sexual ou algo do tipo; ou a vítima que, nunca falou de sexualidade, começa a fazer desenhos em que aparecem genitais podendo ser um indicador. Especialmente crianças que, ainda muito novas, passam a apresentar curiosidades excessivas ou comportamentos COMO: “Quando ela, em vez de abraçar um familiar, dá beijo, acaricia onde não deveria, ou quando faz uma brincadeira muito para esse lado da sexualidade.” O uso de palavras diferentes das aprendidas em casa para se referir às partes íntimas também é motivo para se perguntar onde seu(sua) filho(a) aprendeu tal expressão.

Questões físicas:

Há também os sinais mais óbvios de violência sexual que deixam marcas físicas que, inclusive, podem ser usadas como provas à Justiça. Existem situações em que a criança/adolescente acaba até mesmo contraindo infecções sexualmente transmissíveis ou gravidez. Deve-se ficar atento a possíveis traumatismos físicos, lesões que possam aparecer, roxos ou dores e inchaços nas regiões genitais ou anal, roupas rasgadas, vestígios de sangue ou esperma, dores ao evacuar ou urinar. Dores inespecíficas como abdominal, cefaleia, em membros, torácica (afastadas as hipóteses biológicas) podem indicar sinais de alerta h.      Negligência Muitas vezes, o abuso sexual vem acompanhado de outros tipos de maus tratos que a vítima sofre em casa, como a negligência. Filhos que passam horas sem supervisão ou que não tem o apoio emocional da família, com o diálogo aberto com os pais, estará em situação de maior vulnerabilidade a este tipo de abuso ou outros.Ou tempo em excesso de tela- podendo ser vítimas de apelos sexuais pela interne

Se uma criança/adolescente revelar a você que está sendo abusada sexualmente, dê a ela atenção total. Acreditar nela é crucial para o seu bem-estar psicológico. Permita que vítima use suas próprias palavras e leve o tempo que precisar. Faça com que a criança/adolescente tenha certeza de que fez a coisa certa ao lhe contar.

Você pode comunicar a uma delegacia especializa em proteção da criança ou ao conselho tutelar de sua cidade. Fazer denúncia anônima também. Use o DISQUE 100.

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