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Três Lagoas
quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Ação judicial determina cirurgia para retirada de cisto cerebral em criança

O diligente juiz da 1ªVara criminal, Rodrigo Pedrini Marcos determinou o bloqueio e transferência dos valores de R$ 499.429,86 para realização da cirurgia em médico particular de neurocirurgia e reumatologia LTDA que está agendada para amanhã

Com apenas com três anos, João Lucas já é um verdadeiro guerreiro. De Três Lagoas, ele é portador de uma grave patologia neurológica, que, conforme o laudo, se configura como cisto cerebral e hidrocefalia obstrutiva e, por isso, desenvolveu quadros de convulsões.

A mãe Karen Rafaela Torres Barbosa da Silva contou que o filho nasceu perfeito aparentemente, porém, com o passar o tempo, ela percebeu que João Lucas não segurava a chuquinha, não ficava sentadinho.

“Daí procurei o pediatra que assistiu ao parto, ele me disse da seguinte forma: ‘seu filho é perfeito, ele é normal, ele é preguiçoso’. Eu teimei com ele, diz doutor, tenho mais três filhos e nenhum era assim, estava diferente, mas é aquela história, ele era o médico e eu era só uma mãe. O tempo foi passando, quando o João Lucas completou época de engatinhar, ele não engatinhou, com um 1 ano o João sentada e jogava as perninhas pro lado e com a mão esquerda. Procurei outro médico, ele falou que deu derrame, questionei, não aceitei, com 1 ano e 8 meses, consultei ele com outro pediatra, paguei todos os exames, pois não consegui ajuda, meu esposo estava desempregado e eu também, depois ele me pediu tomografia e ressonância, fizemos, arrecadamos com uma galinhada, a gente fez os exames e médico falou que em 5 dias podia ir buscar resultado, hora que acabou exame, ele falou que podia buscar no dia seguinte, eu estranhei”, desabafou ao Perfil News.

No outro dia, segundo ela, o resultado: cisto.

“Foi choque muito grande, não esperava isso, foi uma coisa que mexeu com meu emocional e mexe até hoje. Aí levei para o médico, ele falou calma, vamos fazer a ressonância que dá para ver mais, conseguimos fazer, médico falou a mesma coisa, com cinco dias senhora pode vim buscar, depois do exame feito, ele falou que no outro dia, podia ir buscar. Aí fui e fiz as mesmas coisas, aí falaram para minha que ele ia precisar do neuropediatra e neurocirurgião, o neuropediatra tem a doutora Letícia, médica dele, o neurocirurgião não tinha e ainda não, a médica me passou com urgência e veio a história que ele estava correndo risco de morte. Corri na secretaria de saúde, eles falaram que o caso estava urgente e não emergência, que teria que mudar, estava amarelo teria que ir no vermelho, fui, conversei com a médica, ela mudou, aí eles falaram para mim que eu ia ter que aguardar 6 meses, aí falei, como assim, se era para mudar e agilizar, esperar 6 meses, sabendo que meu filho está correndo risco, foi a primeira vez que entrei na justiça, entrei, ganhei a causa para realização da consulta, fez, o município pagou, ai o médico me deu o laudo que meu filho tinha que estar com a válvula desde os primeiros três meses de vida”, pontuou Karen.

NOVAS BATALHAS E AJUDA

Ação judicial determina cirurgia para retirada de cisto cerebral em criança
Mãe e filho

Muita água rolou debaixo da ponte, até que uma nova batalha foi travada.

“Por último precisou meu filho passar muito mal, a gente correu com ele para o médico, pediu para internar com urgência, médica falou que se demorasse ele não chegava nem em Água Clara, se demorar a vaga para Campo Grande e nada da vaga sair, foi preciso acionar o conselho tutelar, para conseguir a vaga. Saiu a vaga, fomos para CG e depois de dois dias que foram operar, aí veio a notícia, quando ele operou em abril, em agosto nova tomografia, que constava que ele não tinha colocado a válvula, mas como nenhum me deu um papel falando, só fico como cirurgia não satisfatória. E passando tempo, o neurocirurgião dele falou que ele precisava repetir a cirurgia, mas ela é paga, ai entrei em processo, tudo de novo, pedi ajuda para muita gente, desde vereador, tudo, não consegui nada com ninguém, ai entrei na justiça, meu esposo trabalhava com doutor Hélio Ferreira Júnior e falou para gente conversar, e ele pegou a causa do João, tem que agradecer muito a deus e ao doutor Hélio Ferreira Júnior, que foi um verdadeiro anjo, depois que ele pegou, foi muito rápido e amanhã vamos fazer a cirurgia”.

VERSÃO ADVOGADO

Ao Perfil News, o advogado destacou que o menor já perdeu 30% da visão do olho direito, isso em dois anos de vida.

Diante do quadro da criança, o doutor Hélio Ferreira destacou que solicitou aos órgãos responsáveis que promovessem o acesso à saúde pública com a realização da cirurgia com a necessária urgência.

“O Estado e município devido à burocracia existente no sistema de saúde não tinham como objetivar esta proteção ao menor, oportunidade que a genitora buscou a Justiça de MS por meio de uma ação de obrigação de fazer que tramita em segredo de Justiça na primeira vara criminal. O diligente juiz da 1ªVara criminal, Rodrigo Pedrini Marcos deferiu liminarmente a tutela provisória de urgência determinando que o município de Três lagoas no prazo de 15 dias promovesse a realização da avaliação e realização da neurocirurgia no infante. Feita avaliação verificou se a urgência médica em sua realização e diante da omissão burocrática do estado e município, o juízo determinou o bloqueio e transferência dos valores para realização da cirurgia em médico particular de neurocirurgia e reumatologia LTDA que está agendada para esta quinta-feira”, pontuou.

A expectativa é positiva da família e também do advogado que ajudou. Mãe e filho estão na Capital.

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