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Três Lagoas
terça-feira, 16 de julho de 2024

Governador de MS vem realizando reuniões com ministros para retomar obras da UFN3, em Três Lagoas

O Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), disse na manhã desta quarta-feira (1), que está realizando reuniões com ministros para retomar as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), em Três Lagoas.

“Estamos nos encontrando com ministros e esperando a presidência da Petrobras mudar. Pode ser que aconteça em abril. Queremos concluir a obra que tem o valor de R$ 700 milhões”.

Desde 2014 com as obras paradas, a UFN3 pode ter o término visto ao horizonte. A construção teve início em 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com aproximadamente 80% de conclusão.

Recentemente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou em entrevista que a unidade não seria mais vendida e que a Petrobras assumiria a finalização das obras para início da produção de fertilizantes.

O Secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, confirmou no último dia 18 de janeiro, que a construção da fábrica de fertilizantes, UFN3 de Três Lagoas será retomada.

Governador de MS vem realizando reuniões com ministros para retomar obras da UFN3, em Três Lagoas
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Segundo o chefe da pasta, o Ministro da Agricultura, confirmou que o Governo Federal vai retomar a construção de três fábricas de fertilizantes no Brasil, entre elas a UFN3 em Três Lagoas. Verruck defendeu que a produção de fertilizantes seja tratada como assunto de segurança nacional e disse que o presidente Lula (PT), determinou que a Petrobras retome a produção do insumo.

“A notícia é extremamente importante para o Mato Grosso do Sul. Recentemente eu participei durante a transição do Governo Lula de uma apresentação sobre o projeto da fábrica que está paralisado desde 2015 no Estado. A retomada da obra da UFN3 é uma pauta prioritária do Governo Eduardo Riedel- PSDB- e nos anima saber que será levada adiante pelo atual Governo Federal. Isso dá segurança ao agronegócio e garantia de empregos em três Lagoas”, publicou o secretário em uma rede social.

Após a Petrobras decidir suspender a venda da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), a atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que foi uma decisão “absolutamente acertada”. Ela se envolveu diretamente nas negociações para impedir que o grupo russo comprasse a unidade.

“Fui eu quem fiz a denúncia de que a licitação havia previsto apenas que a empresa que vencesse o certame pudesse utilizar a fábrica como mera misturadora, o que significa que ela não precisaria produzir fertilizantes, não geraria os empregos diretos e indiretos que são tão necessários para a cidade e para o nosso Estado”, afirmou.

PAUTA E AGENDAS

O governo estadual tem feito tratativas acentuadas junto ao governo Lula para a finalização das obras da UFN3. A pauta está presente, ao mínimo, em agendas de dois diferentes ministérios, o do Planejamento e o da Agricultura.

“O governador Eduardo Riedel já conversou com o ministro Fávaro, que tem o Plano Nacional de Fertilizantes, ele confirmou essa continuidade. Nós já colocamos na pauta da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que conhece profundamente esse processo da UFN3, isso já foi encaminhado. Nós esperamos o apoio de todos esses ministros para que possa ter a conclusão da UFN3 em Mato Grosso do Sul“, comentou Verruck.

PROCESSO DE VENDA

O processo de venda da indústria teve início em 2018, com a Araucária Nitrogenados (Ansa), fábrica localizada na Região Metropolitana de Curitiba (PR). A comercialização em conjunto inviabilizou a concretização do negócio.

Em meados de 2019, a gigante russa de fertilizantes, Acron, havia fechado acordo para a compra da empresa. O principal motivo para que o contrato não fosse firmado na época foi a crise boliviana que culminou na queda do ex-presidente Evo Morales.

Já em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou uma nova oportunidade de venda da UFN3. Dessa vez, a estatal ofereceu ao mercado a unidade de forma individual. As tratativas só foram retomadas no início deste ano.

Após concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 toneladas/dia e 2.200 toneladas/dia, respectivamente. Logo, o empreendimento passou a ser estratégico para ajudar a suprir a demanda por fertilizantes no País e principalmente para trazer desenvolvimento para Mato Grosso do Sul.

VALOR BILIONÁRIO

Há alguns meses, o Perfil News, conversou com a equipe técnica da unidade que integrava um consórcio. Conforme os ex-funcionários, quando foi lançada, o contrato inicial era de R$ 3.199 bilhões, porém houve aditivos chegando a R$ 4.250 bilhões. Se for realizar um balanço de quando a obra foi parada (em 2014), o valor para o término do empreendimento seria de aproximadamente R$ 1.450 bilhão.

Os responsáveis pela Galvão foram envolvidos em denúncias de corrupção durante a Operação Lava Jato, e com isso as obras foram paralisadas. A Petrobras absorveu todo o empreendimento desde então.

Governador de MS vem realizando reuniões com ministros para retomar obras da UFN3, em Três Lagoas
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De acordo com funcionários que trabalharam na unidade, se for levado em consideração o ano de 2014, o tempo para conclusão da obra é de 24 meses, mas lembrando que deverá ser acrescido o tempo para remontagem de equipamentos anteriormente montados e removidos.

Ainda segundo a equipe técnica, pelo fato da obra estar quase toda concluída, equipamentos que vieram até de outros países já estavam na unidade. Os funcionários informaram o Perfil News sobre quais seriam os componentes mais caros que precisaram ser ‘abandonados’ com a paralisação da obra.

CALOTE

Três Lagoas é uma das potências econômicas de Mato Grosso do Sul. A cidade mudou ‘de cara’ nas últimas décadas com a instalação das indústrias no município. As empresas movimentaram a economia local, atraindo pessoas de todo Brasil e até de outros países a buscarem melhores condições de vida na cidade.

Com a UFN3 não será diferente. A unidade vai ser mais um empreendimento que potencializará a economia de Três Lagoas, mas um fato que aconteceu há alguns anos fez com que os comerciantes locais ficassem com ‘um pé atrás’ na hora de fazer negócios.

O consórcio UFN 3, até então formado pela empresa Sinopec e Galvão Engenharia, responsável pela construção da fábrica de fertilizantes nitrogenados da Petrobrás, deram um calote milionário nos comerciantes. Alguns seguem sem receber, o que pode dificultar as negociações com o próximo grupo que assumir a unidade.

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