Após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenar o bloqueio do perfil de um empresário bolsonarista João Salas, investigado por atos antidemocráticos, o Twitter afirmou que uma decisão do ministro poderia ser “censura prévia”.
No recurso enviado ao ministro Alexandre Moraes, o Twitter informou que havia cumprido a ordem judicial, mas questionou a decisão do ministro, em 17 de dezembro.
Segundo site Metropoles, a empresa bloqueio completo a conta de João Salas, mas considerou a decisão “censura prévia”. O argumento da empresa foi que publicações dentro da lei seriam excluídas, e que o usuário ficaria impedido de publicar qualquer conteúdo.
Os supostos crimes contra o poder
Dias antes, a Polícia Federal havia apontado cinco crimes a João Salas e ao militante bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que está foragido de uma ordem de prisão do Supremo desde aquele mês.
Segundo a PF, Salas e Eustáquio “coordenam um grupo de manifestantes que participam de uma série de protestos contra o presidente eleito [Lula] e as instituições democráticas”.
Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) também teve a mesma opinião da PF de que Salas e Eustáquio usavam redes sociais para atacar instituições democráticas.
O ministro proibiu que os dois investigados atuassem nas redes sociais. Twitter, Instagram e YouTube foram notificados para bloquear os perfis em duas horas, com risco de multa diária de R$ 100 mil.
O Twitter e o YouTube deveriam bloquear João Salas, enquanto o Instagram deveria desativar as contas de Salas e Eustáquio.