Uma reportagem divulgada pela TV Band e confirmada pelo Metrópoles informaram nesta quarta-feira (19) que empresa goiana, que promoveu e patrocinou a palestra que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu na Itália na semana passada, foi condenada por fake news relacionadas ao kit Covid.
Segundo a matéria divulgada pela TV, o evento acadêmico “Fórum Internacional de Direito” que aconteceu na Universidade de Siena, na região italiana da Toscana, foi promovido pela Alfa Escola de Direito e pela Unialfa, ambas de Goiás.
A matéria informa ainda, que as duas instituições privadas de ensino pertencem ao Grupo José Alves, que também é dono da empresa farmacêutica Vitamedic, que produz a ivermectina no Brasil.
A investigação
Em maio deste ano, o Grupo José Alves e a Unialfa foram condenados pela Justiça Federal no Rio Grande do Sul por danos morais coletivos e à saúde.
As investigações da justiça recaem sobre as empresas bancarem uma publicação, em fevereiro de 2021, de um informe publicitário em diversos meios de comunicação com o título “Manifesto Pela Vida”.
O texto defendia o chamado “tratamento precoce” contra a Covid-19, usando remédios sem nenhuma eficácia comprovada contra o coronavírus, como cloroquina e ivermectina.
Sentença e CPI
Na sentença, informa o MP, a entidade Médicos Pela Vida (Associação Dignidade Médica de Pernambuco – ADM/PE), e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e o Grupo José Alves foram condenados ao pagamento de R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde.
A Vitamedic, segundo o processo, viu seu lucro anual ir de R$ 15 milhões para R$ 500 milhões durante os anos de pandemia, graças à venda de ivermectina.
Por causa desse faturamento e da defesa do “tratamento precoce”, Jailton Batista, diretor-executivo da Vitamedic, foi convocado a depor na CPI da Covid em agosto de 2021.
Na volta do evento, esta semana, no aeroporto de Roma, Moraes e familiares se envolveram no episódio que resultou no inquérito da Polícia Federal sobre uma suposta agressão.
Até o fechamento desta matéria, segundo a TV Band e o Metropoles, o ministro não se manifestou sobre as acusações.