Nesta sexta-feira (11), o Governo Federal lançará no Rio de Janeiro (RJ) a nova versão do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que contemplará o estado de Mato Grosso do Sul com pelo menos R$ 10 bilhões em investimentos.
Conforme apurou o Correio do Estado, os recursos não virão apenas do caixa da União, mas também de empresas controladas pelo poder público, como a Itaipu Binacional e a Petrobras.
Entre os anúncios a serem feito pelo governo no dia, será a conclusão da obra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), da Petrobras, localizada no município de Três Lagoas, a qual também recebe outra sigla: Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Mato Grosso do Sul, a Fafen-MS.
Atualmente, a fábrica de Três Lagoas está 80% concluída e será capaz de produzir anualmente 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia, usando como matéria-prima o gás natural transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.
Para a conclusão da UFN3, conforme apurou o Correio do Estado, a Petrobras precisará desembolsar aproximadamente R$ 5 bilhões (US$ 1 bilhão).
No evento, também participarão o coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, deputado federal Vander Loubet (PT), e o governador do Estado, Eduardo Riedel.
Segundo Loubet, somente na UFN3, o investimento deve se aproximar dos R$ 5 bilhões.
“O movimento já aumentou bastante na região e vai aumentar ainda mais. Por isso é uma obra estratégica”, comentou Vander Loubet.
Veja outras obras a serem realizadas no Estado que também serão anunciadas na apresentação do novo PAC, como:
- A obra de duplicação de boa parte da BR-262, no trecho entre Campo Grande e Três Lagoas;
- A construção de todo o complexo de acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho, no lado brasileiro, e Carmelo Peralta, cidade do país vizinho, consolidando assim, a Rota Bioceânica.
- Uma quarta obra também tem ligação ao projeto da Rota Bioceânica que é a recuperação total do trecho da BR-267 entre o acesso a Caracol e o município de Porto Murtinho;
e o Correio do Estado também apurou que uma quinta iniciativa também constará no novo PAC: a correção de trechos do Rio Paraguai onde há indícios de assoreamento, a fim de viabilizar a navegação na hidrovia Paraguai-Paraná, importante trecho do escoamento de minério de ferro e soja produzidos no Estado.
Histórico da Rota Bioceânica
Lançada em 2018, o acesso à ponte tem sido um entrave para a consolidação da rota desde que ela foi anunciada, ainda no governo de Michel Temer (MDB).
Na época, a União teria se comprometido a construí-lo, mas desde então, seja na gestão Temer, seja na administração de Jair Bolsonaro (PL), os recursos públicos não foram liberados.
Importância estratégica
Vale ressalta que a retomada da obra da UFN3 e a reativação da fábrica de fertilizantes da Petrobras em Araucária (PR) marcarão o retorno da estatal à produção do insumo no Mato Grosso do Sul.
Além disso, a Petrobras deve formalizar uma parceria com duas fábricas de fertilizantes que já foram suas, vendidas recentemente, e que estavam paralisadas: as antigas Fafen-BA e Fafen-SE, respectivamente, na Bahia e em Sergipe, atualmente pertencentes à Unigel.
A expectativa é que o retorno da estatal a esse mercado torne o Brasil menos dependente das importações de fertilizantes químicos.
US$ 1 trilhão
Nos bastidores, há a indicação de que, para todo o País, o novo PAC deve ter investimentos de R$ 1 trilhão nos próximos quatro anos.