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Três Lagoas
quinta-feira, 18 de julho de 2024

Durante agenda em MS, Ministra Simone Tebet diz que negociações para retomar UFN3 estão avançadas

A Ministra do Panejamento, Simone Tebet, disse que as negociações para retomar as obras da UFN3 (Unidade Industrial de Fertilizantes Nitrogenados), estão em grande avanço. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (28), durante uma visita da autoridade a Mato Grosso do Sul.

Durante agenda em MS, Ministra Simone Tebet diz que negociações para retomar UFN3 estão avançadas

Tebet já foi prefeita de Três Lagoas por dois mandatos. Mais do que ninguém a ministra sabe da importância de uma obra do porte da UFN3 para a cidade. Após assumir o ministério, no começo deste ano, as negociações para retomar a construção tem tido um grande avanço.

VISITA

Após várias reuniões com ministros, secretários e com o Governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), o Presidente da Petrobrás, Jean Prades, deve visitar Três Lagoas em outubro deste ano.

Durante agenda em MS, Ministra Simone Tebet diz que negociações para retomar UFN3 estão avançadas

A construção teve início em 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com aproximadamente 80% de conclusão. Três Lagoas é uma das potências econômicas de Mato Grosso do Sul. A cidade mudou ‘de cara’ nas últimas décadas com a instalação das indústrias no município. As empresas movimentaram a economia local, atraindo pessoas de todo Brasil e até de outros países a buscarem melhores condições de vida na cidade.

Com a UFN3 não será diferente. A unidade vai ser mais um empreendimento que potencializará a economia de Três Lagoas. A fábrica de fertilizantes foi elencada como prioridade pela empresa, e pode ter sua retomada em breve.

Em janeiro, o processo de venda da estrutura da UFN3 foi suspenso pela Petrobras, que não teve sucesso em vender a unidade desde que se propôs a isso, em 2017. Em junho, a estatal foi além, e informou ao mercado que retomaria sua estratégia de voltar ao setor de produção de fertilizantes.

Dentre as prioridades da estatal estão duas: a reativação da Fábrica de Fertilizantes do Paraná (Fafen-PR), em Araucária, paralisada desde a década passada, e a conclusão da UFN3 em Três Lagoas, que foi paralisada com 80,95% dos trabalhos concluídos.

No dia primeiro deste mês, em São Paulo (SP), o governador Eduardo Riedel (PSDB) informou à imprensa que no próximo dia 11 deste mês mais um investimento bilionário de uma grande empresa será anunciado para Mato Grosso do Sul.

FERTILIZANTES

A fábrica foi lançada no governo Dilma Rousseff e paralisadas desde 2014 com 80,95% do projeto concluído. A Petrobras chegou a negociar a unidade com a russa Acron, mas as conversas foram suspensas em 2022.

França diz que estudos também indicam viabilidade na retomada das obras, que levariam a uma capacidade de produção anual de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia usando como matéria-prima gás natural transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.

O consumo diário de gás natural, quando a fábrica estiver em plena operação será de 2,2 milhões de m³ por dia.

A UFN3 também será capaz de produzir gás carbônico, produto que é usado como matéria-prima de vários segmentos da indústria, de equipamentos médicos a refrigerantes.

LAVA JATO

A UFN3 também teve suas obras paralisadas no auge da Operação Lava Jato. A fábrica de fertilizantes de Três Lagoas foi uma iniciativa de um consórcio liderado pela Petrobras, que era composto pela estatal de petróleo chinesa Sinopec e também pela Galvão Construtora.

A fábrica de fertilizantes de Três Lagoas foi projetada para ser a maior do segmento na América do Sul, e que poderá ser capaz de suprir quase 20% da demanda interna do produto, que é majoritariamente importado de países em conflito, como Rússia e Belarus, mas desde que a construtora Galvão e diretores da Petrobras foram citados na operação comandada pelo então juiz federal e atual senador pelo Paraná, Ségio Moro (União Brasil), a continuidade dos investimentos foi se tornando inviável.

TENTATIVA DE VENDA

Depois da Operação Lava Jato, a Petrobras, em seu programa de reestruturação, deu início a uma estratégia de venda de ativos e de parar de investir em qualquer atividade que não fosse a extração de petróleo bruto.

A produção de fertilizantes foi incluída neste programa. A estatal, de lá para cá, tentou vender a UFN3 por três vezes, mas não teve êxito em nenhuma delas, dada a complexidade e a dimensão da operação.

Chegou mais perto em 2019, quando a Acron, com fortes ligações com o governo russo, compraria a unidade em consórcio com a estatal boliviana YPFB. A destituição de Evo Morales, porém, fez com que os russos mudassem de planos.

Mais tarde, houve uma nova investida com a Acron, sem êxito, sobretudo após autoridades brasileiras exporem a intenção da Petrobras: a de tentar rebaixar a unidade de processadora e indústria de nitrogenados para uma mera misturadora.

No ano passado, depois de o fornecimento de fertilizantes para o mercado brasileiro ficar ameaçado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, a paralisação das unidades produtoras no Brasil e a dependência local ficaram expostas.

Foi preciso um esforço diplomático da ex-ministra da Agricultura e senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) para garantir o fornecimento pela Rússia. Ainda assim, os preços desses produtos essenciais para a produção agrícola dispararam no mercado internacional no ano passado.

Neste ano, os fertilizantes já tiveram uma queda, mas o entendimento, no núcleo do governo federal, é que o setor de fertilizantes é estratégico para o Brasil, que não pode ficar a mercê da flutuação dos preços em função da instabilidade das regiões produtoras. 

Em 2018, quando uma due dilligence (vistoria para compra) foi realizada na UFN3, foi constatado que a unidade precisaria de pelo menos US$ 1 bilhão para ser concluída. Em reais, foram aplicados mais de R$ 3 bilhões em sua construção. Atualmente, não há uma avaliação do investimento necessário para retomar a obra.

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