Com ações de combate a incêndios florestais em curso há cinco dias em três diferentes áreas do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros acionou reforços nesta quinta-feira (28).
As guarnições continuam no combate e foi possível perceber a efetividade das estratégias aplicadas no local. Durante um sobrevoo na área atingida foi constatado que estão ativos apenas alguns focos de calor. O Corpo de Bombeiros Militar já conseguiu reduzir o avanço do incêndio, mas ainda monitora alguns focos que merecem atenção.
O trabalho para extinção do fogo precisou de ajuda devido a dificuldade de combate a avanço das chamas. Entre os principais problemas está o acesso, pois os focos estão em áreas de difícil atuação, além de fatores climáticos, com baixa umidade relativa do ar, altas temperaturas e velocidade dos ventos.
O foco de maior intensidade, e que exige mais empenho para contenção, está localizado na região do Rio Negro, onde as atividades para extinção foram iniciadas no domingo (24), logo após o CPA – que realiza todo o monitoramento do Estado – ser acionado. Até agora a área queimada é de 1,3 mil hectares. Na terça-feira (27) e quarta-feira (26) houve um aumento significativo da área queimada devido a temperatura muito elevada e fortes ventos na região.
“Cada incêndio florestal que a gente vai tem uma particularidade. O que estamos em atividade, na região do Rio Negro, um fator interessante é a progressão não linear, continua. São vários focos ativos, espalhados em uma grande área. Então quando a gente combate um, temos que progredir no terreno, realocar viaturas, guarnições, para poder atingir outro foco ativo dentro do mesmo incêndio”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental).
Outra questão é a falta de acesso para chegar aos locais em chamas. “Na maioria das vezes a gente não tem estrada, tem que fazer o rastro mesmo pela vegetação, até conseguir acessar esses pontos com os focos ativos”, disse a tenente-coronel Tatiane.
A situação de clima extremo, além de dificultar o combate e agir como combustível, aumentando a propagação e intensidade do fogo, também prejudica os combatentes. “Outro fator que tem influenciado bastante na dinâmica da propagação dos incêndios e também afetando os próprios combatentes, os bombeiros no local, são as condições climáticas que estão severas. É comum nesta época do ano, mas acaba desgastando mais ainda, podendo levar a desidratação, estafa física do militar que está combatendo. Porque as atividades são diuturnamente durante dia e a noite, então desgasta bastante”, disse a chefe do CPA.
Fotos: CPA/CBMMS
O tenente Aniel, comandante da operação no Pantanal do Rio Negro, confirma o desgaste dos bombeiros que atuam no local. “O desgaste é acima do normal, intenso. Precisamos parar, procurar sombra, tirar equipamento, tomar uma água, esperar um pouco, porque está muito quente. Realmente uma situação atípica”.
Na região do Rio Negro, no Pantanal, o combate conta atuação de três guarnições de especialistas em combate a incêndios florestais juntamente com o apoio do Grupamento de Operações Aéreas, com o emprego da aeronave ‘air tractor’ – que transporta até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso.
Equipes também estão empenhadas próximo a Corumbá, com duas guarnições de especialistas em combate a incêndio florestal. O CPA monitora ainda um incêndio na região do Paiaguás.
Atuação
Em pouco mais de dois meses em alerta – período que teve início no dia 17 de julho –, o Corpo de Bombeiros Militar já atuou em sete grandes incêndios florestais no Estado, seis deles em diferentes regiões do Pantanal e um em Bonito – que foi extinto na sexta-feira (22), após cinco dias de combate.
O CPA (Centro de Proteção Ambiental) do Corpo de Bombeiros funciona em Campo Grande e é o responsável por monitorar os focos e direcionar as guarnições para os pontos mais sensíveis em que há necessidade de atuação dos bombeiros. O monitoramento é feito pelo Sistema de Comando do Incidente em Campo Grande, com imagens de satélite que são analisadas 24h por dia. Assim é possível fazer o acompanhamento em caso de aparecimento e evolução dos focos de calor.
Com drones, além do monitoramento via satélite com uso de plataformas da Nasa – agência do governo dos Estados Unidos –, Polícia Federal, Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), além de tecnologia de navegação, dados e inteligência artificial, o trabalho é realizado de forma específica, garantindo a segurança das equipes e da população, além de mitigar os dados causados pelos incêndios florestais.
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Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS