A violência na Cisjordânia aumentou significativamente desde o dia 7 de outubro, quando um ataque do Hamas a Israel levou à escalada do conflito no Oriente Médio.
Desde então, 64 palestinos foram mortos e 1.284 ficaram feridos, de acordo com o Escritório para Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
Segundo a Agência Brasil, a maioria das mortes e agressões ocorre em um contexto de protestos contra o conflito, e é provocada tanto pelas forças israelenses e dos colonos, quanto pelas forças de segurança palestinas. Os colonos são os israelenses que vivem na Cisjordânia.
As Forças Armadas de Israel informaram que têm desenvolvido operações na Cisjordânia contra o terrorismo. Desde o dia 7, as forças israelenses prenderam 524 suspeitos de atividades terroristas, sendo 330 dos presos acusados de serem agentes do Hamas. Oitenta pessoas foram presas só na noite desta última quarta-feira (18).
As autoridades israelenses alegaram ainda que atuaram para dispersar motins em cidades da região. “Durante a atividade, os suspeitos atiraram pedras contra as forças, que responderam com meios de dispersão de tumultos.”
Morador da Cisjordânia, o palestino naturalizado brasileiro Youssef*, de 62 anos, disse que escuta os aviões de guerra passando para bombardear Gaza e que a locomoção está restrita.
“É um risco sair de uma cidade para outra. Se quero visitar minha mãe no final de semana, não posso. Na semana passada, atiraram em uma casa e em um carro no local onde eu moro”, relatou à Agência Brasil.
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, que está na Cisjordânia, contou à reportagem que, devido às restrições de locomoção impostas por Israel, demorou mais de quatro horas para se deslocar de Ramala a Jericó, cuja distância não passa de 45 quilômetros.
“Os colonos estão atacando. Estamos em um período agora da colheita das azeitonas e muitos donos de plantação de oliveiras não conseguem chegar aos locais da plantação com medo de ataques dos colonos”, relatou.
A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) suspendeu suas atividades na Cisjordânia por causa da insegurança na região.
Já o Escritório da ONU para Assuntos Humanitários relatou que “colonos israelenses, acompanhados por forças israelenses, atacaram casas palestinas em Madama (Nablus) com coquetéis molotov e atiraram pedras, incendiando um carro e vandalizando outros dois. Em outro incidente, colonos israelenses armados agrediram fisicamente e feriram um pastor e dispararam contra ele e as suas ovelhas, forçando-o a abandonar a área de pastagem em Hebron”.