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sábado, 27 de julho de 2024

Dia da Consciência Negra: 771 cidades brasileiras não têm nenhum representante negro no legislativo

O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), é uma data importante para refletir sobre a representatividade política negra no Brasil. Apesar de o país ter uma população majoritariamente negra, com 56,2% de pretos e pardos, a representatividade política dessas pessoas ainda é baixa.

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 771 casas legislativas de municípios brasileiros não têm um vereador negro sequer. Isso corresponde a 13,86% dos municípios que realizaram eleições em 2020 e o farão, novamente, em 2024.

No âmbito estadual, não há nenhum governador autodeclarado preto. Já no âmbito federal, apenas 5,47% dos eleitos para presidente, governadores, deputados e senadores se declaram pretos. Já 26,62% se autodeclaram pardos.

Esses números demonstram que a democracia racial no Brasil ainda é uma utopia. Apesar de os negros serem maioria na população, eles estão sub-representados nos espaços de poder.

Há, no entanto, alguns avanços a serem registrados. Em 2022, o TSE registrou o maior percentual de candidaturas negras desde 2014. Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou, no início deste mês, a criação de uma bancada negra na Casa.

Ainda assim, é preciso avançar muito para garantir a plena representatividade política dos negros no Brasil. Para isso, é necessário combater o racismo estrutural que ainda existe na sociedade brasileira.

A ministra Edilene Lôbo, primeira mulher negra a assumir uma cadeira no TSE, destacou a importância de se debater, de forma permanente, o tema antirracismo.

“Não basta não ser racista; nós precisamos ser antirracistas. Primeiro, nós precisamos combater o racismo dentro de nós, desconstruir isso que absorvemos por séculos. E depois conversar com as pessoas, lutar para que o dia 20 de novembro, bem como todo o mês de novembro, seja de celebração e de luta, um compromisso com o diálogo frequente com a sociedade brasileira para que nós coloquemos na mesa o tema da luta antirracista. Democracia sem a população negra não é uma democracia, ou está incompleta”, ressaltou a ministra.

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