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Três Lagoas
segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Enquanto Brasil gasta bilhões com importação de fertilizantes, obra da UFN3 em Três Lagoas continua paralisada

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, mas importa mais de 87% do que consome, com custo de US$ 25 bilhões por ano. Isso torna o país refém do mercado externo e o expõe a riscos, como os que ocorreram durante a guerra entre Rússia e Ucrânia, em 2022. E, mais recentemente, o conflito no Oriente Médio entre Israel e Hamas, como explica a advogada e integrante da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RS, Luísa Garcia.

“A gente sabe que teve questões de tragédias, entre outras, mas a principal preocupação do mercado brasileiro era com relação aos fertilizantes. Já se sabe que Israel é um dos maiores produtores do mundo de fertilizantes agrícolas, e o Brasil é um dos exportadores. No momento que se estourou a guerra, a maior preocupação foi essa”, argumenta.

Segundo especialistas, o solo brasileiro não possui todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantações. Isso aumenta a necessidade de fertilizantes para ganho de produtividade no país. Como consequência, o Brasil é o quarto que mais consome fertilizantes no mundo, atrás de China, Índia e Estados Unidos. 

Vela ressaltar, que o solo brasileiro não possui todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantações, o que aumenta a necessidade de fertilizantes. A agropecuária, que é responsável por cerca de 47,5% da taxa de crescimento do PIB em 2023, é a principal consumidora desses insumos.

Em 2022, o agronegócio brasileiro fechou com exportações recordes de US$ 159,1 bilhões. O setor é responsável por 48% do total das exportações brasileiras.

ANÁLISE CÂMARA DOS DEPUTADOS

Conforme o site Brasil 61, para estimular a produção nacional de fertilizantes, a Câmara dos Deputados analisa o projeto de lei 3507/2021, que institui o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert).

O texto prevê a suspensão, isenção ou alíquota zero de tributos federais incidentes sobre máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos — e de materiais de construção para utilização ou incorporação no projeto.

O projeto é importante para reduzir a dependência brasileira do mercado externo e motivar investidores. A indústria de fertilizantes brasileira contribui com aproximadamente 2,2% do PIB do agronegócio; 6,0% do PIB da agropecuária; e cerca de 15% do PIB da cadeia de insumos. Além disso, o setor é responsável por mais de 28 mil empregos diretos e indiretos.

A aprovação do Profert é um passo importante para reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados e fortalecer o agronegócio brasileiro.

E A UFN3 EM TRÊS LAGOAS?

Porém, enquanto o Brasil gasta bilhões de reais por ano na importação de fertilizantes, a fábrica da UFN3, de fertilizantes nitrogenados, que estava sendo construída em Três Lagoas, está parada desde dezembro de 2014.

Enquanto Brasil gasta bilhões com importação de fertilizantes, obra da UFN3 em Três Lagoas continua paralisada
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Em agosto deste ano, o Governo Federal lançou no Rio de Janeiro (RJ) a nova versão do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que contemplará o estado de Mato Grosso do Sul com pelo menos R$ 10 bilhões em investimentos.

Conforme apurou o Correio do Estado na época, os recursos não virão apenas do caixa da União, mas também de empresas controladas pelo poder público, como a Itaipu Binacional e a Petrobras.

Entre os anúncios a serem feitos pelo governo no dia, será a conclusão da obra da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), da Petrobras, localizada no município de Três Lagoas, a qual também recebe outra sigla: Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Mato Grosso do Sul, a Fafen-MS.

Atualmente, a fábrica de Três Lagoas está 80% concluída e será capaz de produzir anualmente 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia, usando como matéria-prima o gás natural transportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.

Para a conclusão da UFN3 a Petrobras precisará desembolsar aproximadamente R$ 5 bilhões (US$ 1 bilhão),.

No evento, também participaram o coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, deputado federal Vander Loubet (PT), e o governador do Estado, Eduardo Riedel.

Segundo Loubet, somente na UFN3, o investimento deve se aproximar dos R$ 5 bilhões. “O movimento já aumentou bastante na região e vai aumentar ainda mais. Por isso é uma obra estratégica”, comentou Vander Loubet.

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