As principais gangues equatorianas desafiaram o governo de Daniel Noboa, que declarou guerra ao crime organizado, e provocaram uma nova onda de violência no país.
Na quarta-feira (10), Peru e Colômbia reforçaram suas fronteiras com o Equador para evitar a fuga de criminosos.
O governo peruano enviou um reforço de 500 homens, helicópteros e drones para aumentar a vigilância. O governo colombiano também confirmou o envio de reforço militar.
Os equatorianos viveram um dia de terror, o primeiro sob o decreto de “conflito armado interno”, emitido por Noboa na terça-feira (9). Lojas fecharam as portas, escolas não funcionaram e as ruas ficaram vazias.
Explosões, atentados e ataques deixaram 14 mortos. Em todo o país, 329 criminosos foram presos. No fim do dia, 139 agentes penitenciários permaneciam reféns em cinco prisões.
Duas universidades e vários hospitais foram invadidos. Na terça-feira, criminosos atacaram um canal de TV de Guayaquil, que transmitiu o terror ao vivo.
Noboa, que já havia decretado estado de exceção, com um toque de recolher entre 23 horas e 5 horas pelos próximos 60 dias, escalou o confronto e declarou 22 gangues como organizações terroristas.
Noboa também prometeu deportar todos os detentos estrangeiros que estão em prisões equatorianas, principalmente colombianos e peruanos.
A geografia e a debilidade das instituições são um fator fundamental para a explosão da violência no Equador, um país voltado para o Oceano Pacífico e espremido entre os dois maiores produtores de cocaína do mundo: Colômbia e Peru.
As gangues equatorianas funcionam como organizações subcontratadas pelos cartéis mexicanos. Elas buscam a droga das mãos de grupos colombianos, movem a mercadoria pelo território equatoriano até o embarque para os EUA e para a Europa.
A maioria da população não confia na polícia, que é acusada de corrupção e de estar infiltrada pelo crime organizado.
A situação é tão grave que a população está tomando a lei em suas próprias mãos, linchando criminosos.
O governo de Noboa enfrenta um desafio enorme para controlar a violência e restaurar a ordem no Equador.
Com informações da Agência Estado e Agências Internacionais