Prevendo a onda de incêndios florestais no Chile, que já subiu para 112 o número de mortos nesta segunda-feira (5), segundo as autoridades do país, a companhia Arauco, que já possui cinco fábricas de celulose no país, informou, através de nota nas redes sociais, que juntou-se em esforços com às autoridades locais, organizações regionais e a comunidades para a proteção da população.
Segundo a nota, a Arauco informou que realizou um trabalho em parceria com a Corporação Nacional Florestal na Região do Maule (Conaf_maule) ao oferecer emergencialmente recursos aéreos, mecanizados e terrestres. Ademais, equipes de resgate do país também estão atuando no combate às chamas que atingem o país desde sexta-feira (2), deixando rastros de mortes, pessoas desaparecidas e destruição.
Na ação preventiva, a empresa procurou proteger e resguardar infraestruturas essenciais, como postos de saúde, sistemas de abastecimento de água potável, escolas, associações de bairro e habitações em áreas rurais.
Para realização dessa iniciativa, a Arauco disponibilizou uma máquina para a construção de aceiros, faixas livres de vegetação que procuram reduzir a propagação das chamas, bem como, outras medidas de prevenção que também envolvem o município e comunidades das cidades que a empresa tem suas unidades situadas.
Dois meses de trabalhos intensos foram precisos para a construção dos aceiros, utilizando dois skidders para tarefas preventivas prioritárias, determinadas em conjunto pela companhia de celulose,município e equipes de emergência determinadas pelo Comitê de Gestão de Risco de Desastres (COGRID).
Segundo a responsável patrimonial do Paisaje Secanos del Biobío, da Arauco, Nicole Perret, nos últimos anos, em combate aos incêndios, a empresa vem trabalhando arduamente oferecendo estruturas de proteção para além das propriedades da companhia.
“Com isso, estamos protegendo pontos críticos da comunidade, o que também vem com a disponibilização de piscinas e fontes de água, o que é vital em caso de emergência. Para isso, trabalhamos em parceria com as associações de bairro dos setores das cidades de Malal, Los Quiques e La Generala”, explicou ela.
Atualização dos incêndios no país
Nesta segunda-feira (5), o presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que o país enfrenta uma “tragédia de grande magnitude”. Este é o pior desastre natural do Chile desde 2010, quando um terremoto deixou cerca de 500 mortos.
Os incêndios florestais ganharam força no Chile na sexta-feira (2). As regiões de Viña del Mar e Valparaíso, que são destinos turísticos procurados, estão entre as cidades mais atingidas.
De acordo com o Ministério do Interior, cerca de 14 mil casas foram danificadas pelos incêndios somente nas áreas de Viña del Mar e Quilpué.
Diante da situação de emergência, o governo resolveu implementar um toque de recolher a partir das 21h nas regiões mais atingidas. Além disso, militares foram convocados para ajudar os bombeiros no combate às chamas.
“Estamos juntos, todos nós, lutando contra a emergência. A prioridade é salvar vidas”, disse o presidente Boric.
“Dadas as condições da tragédia, o número de vítimas certamente aumentará nas próximas horas”, disse ainda hoje, o presidente do Boric.
Números atuais
Segundo a prefeita de Viña del Mar, Macarena Ripamonti, há 372 pessoas desaparecidas, conforme explicou em declarações à imprensa.
Ao todo, o país já soma 161 incêndios, dos quais 102 já foram controlados, 40 estão sendo combatidos e 19 estão sob observação, segundo Álvaro Hormazábal, diretor Senapred.
O órgão informou ainda que os danos atingiram muitas moradias, sendo 70% delas partes de lotes e 30% de habitações.
Além disso, foram montados 15 abrigos e, até a noite de sábado, havia 1.600 pessoas neles.
O governo relatou danos em pelo menos 1.300 casas e disse aos repórteres que os números poderiam aumentar à medida que as autoridades entrassem em áreas de difícil acesso.
O presidente, que visitou a região afetada neste domingo, declarou que segunda e terça serão dias de luto nacional pelas vítimas do incêndio.