Em nota publicada na última sexta-feira (2) no site da Prefeitura do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes informou que a partir de março de 2024, os alunos das escolas municipais estão proibidos do uso livre de celulares nas dependências das unidades.
O decreto visa combater o uso excessivo de dispositivos eletrônicos em ambientes escolares e promover um ambiente mais propício ao aprendizado e à interação social.
A medida, apoiada por 83% da população em consulta pública, tem como base diversos estudos que comprovam os impactos negativos do uso inadequado de tecnologia na educação.
“Celulares em excesso atrapalham a atenção e a interação social. Alunos focados em notificações e telas perdem o foco no aprendizado e nas amizades. A tecnologia na educação é importante, mas precisa ser usada com responsabilidade.A escola é lugar de aprender e se conectar com amigos, não com o celular. Vamos juntos construir um ambiente escolar mais positivo e produtivo para todos!”, afirmou o secretário de Educação, Renan Ferreirinha.
Com isso, a proibição se aplica a todos os alunos durante todo o horário escolar, inclusive dentro e fora da sala de aula, durante os intervalos e em trabalhos em grupo. Os dispositivos deverão ser guardados nas mochilas ou bolsas, desligados ou em modo silencioso.
Porém, a prefeitura abre exceções em casos como:
- Uso antes da primeira aula ou após a última, fora da sala de aula;
- Fins pedagógicos com autorização do professor;
- Alunos com deficiência ou necessidades especiais que necessitem dos dispositivos;
- Alunos da Educação de Jovens e Adultos durante os intervalos;
- Situações emergenciais ou de força maior, com autorização da equipe gestora;
A medida visa estimular a interação social entre os alunos, promovendo brincadeiras e atividades que desenvolvam habilidades como colaboração, empatia e negociação. O objetivo é criar um ambiente escolar mais saudável e positivo para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes.
A Secretaria Municipal de Educação está comprometida em conscientizar os alunos sobre a nova norma e auxiliar na adaptação à mudança.
Durante o mês de fevereiro, serão realizadas campanhas nas escolas para explicar os motivos da proibição e apresentar alternativas para o uso responsável da tecnologia.
A iniciativa do Rio de Janeiro se junta a outros países e estados que já implementaram medidas semelhantes. França, Holanda, Inglaterra, Portugal, estados da Austrália e dos Estados Unidos que reconhecem os impactos negativos do uso excessivo de celulares nas escolas e tomaram medidas para proteger o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos.
Porto Velho exige cópia da medida
Na Coluna Espaço Aberto do site JH Notícias de Porto Velho (RO), do jornalista Cícero Moura, a notícia foi recebida como uma crítica ao prefeito da cidade, Hildon Chaves, que, para o comunicador, deveria adotar a mesma ação nas escolas da cidade.
“A cidade do Rio de Janeiro decretou uma medida que pode servir de exemplo para todo o Brasil. Aliás, o prefeito Hildon Chaves poderia copiar a iniciativa e ajudar a melhorar o desempenho dos estudantes da capital, que estão bem abaixo do índice nacional”.
É que, segundo a coluna, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Porto Velho no ano passado – que é o índice de avaliação do aprendizado escolar – mostrou que a capital foi avaliada em 4,4% quando a meta aceitável é de 5.2.
Vale ressaltar, que o Ideb é calculado com base no aprendizado dos alunos em português e matemática (Prova Brasil) e no fluxo escolar (taxa de aprovação). O fluxo escolar de Porto Velho ficou em 0,93, nem chegando a 1 por cento.