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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Censo 2022: informações de população e domicílios por setores censitários auxiliam gestão pública

O IBGE disponibiliza a partir de hoje (21) os totais de população residente e de domicílios por setores censitários preliminares e agregados por subdistritos e distritos. Os setores censitários são as unidades territoriais de coleta do Censo Demográfico. Está sendo divulgada, também, a malha de setores censitários preliminares, contendo os arquivos vetoriais digitalizados dos setores censitários que representam o território brasileiro. Trata-se de uma base de dados por meio da qual é possível fazer uma ampla gama de análises e estudos técnicos, com a composição de recortes personalizados de acordo com o interesse do usuário. Ao todo, 452.338 setores censitários estão distribuídos pelos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito de Fernando de Noronha. A divulgação da malha e dos agregados definitivos está prevista para o segundo semestre.

O evento de divulgação ocorre hoje, às 10 horas, no auditório da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GRANFPOLIS), com o apoio da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS) e da GRANFPOLIS. Haverá transmissão ao vivo pelo portal do IBGE.

Grande Regiões e Unidades da FederaçãoTotal
NomePopulaçãoDomicíliosSetores Censitários(1)Municípios(2)Distritos(3)Subdistritos
Brasil203.080.75690.704.582452.3385.57010.670643
Região Norte17.354.8846.535.78137.20645069514
Região Nordeste54.658.51524.446.202115.9951.7943.30171
Região Sudeste84.840.11338.729.504203.0581.6683.434221
Região Sul29.937.70613.832.75763.5291.1912.487223
Região Centro-Oeste16.289.5387.160.33832.550467753114
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2022
(1) Nos arquivos vetoriais de Setores Censitários, constam áreas operacionais referentes à Lagoa dos Patos e à Lagoa Mirim.
(2) Nos arquivos vetoriais de Municípios, Brasília, capital federal e sede do Distrito Federal, e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, por razões cadastrais, são armazenados como Municípios. Constam ainda áreas operacionais referentes à Lagoa dos Patos e à Lagoa Mirim.
(3) Nos arquivos vetoriais de Distritos, consta uma área operacional referente à Lagoa dos Patos e à Lagoa Mirim.

“Entre os censos de 2010 e 2022, 135.764 setores censitários foram adicionados, um incremento de 43%, refletindo o crescimento de edificações no território verificado no período. Além disso, apesar da redução da desaceleração do crescimento da população na última década, houve um aumento de 34% no quantitativo de domicílios em relação ao Censo 2010, o que se reflete na malha de setores censitários, explica Fernando Damasco, pesquisador do IBGE.” Segundo ele, “com as informações disponibilizadas, os analistas conseguem estabelecer uma série de estudos, classificações territoriais e regionalizações que podem ser úteis, principalmente, para atividades de gestão do território nas três esferas de governo”.

Os dados podem ser consultados no portal do IBGE e no Panorama do Censo, por meio da visualização em mapas interativos, com possibilidade de busca direta por localidades específicas, além da seleção de um ou mais distritos, subdistritos ou setores censitários de um determinado município.

Vídeo: Reprodução/Arquivo IBGE

Malha está sendo aprimorada e versão definitiva trará mais variáveis associadas

A malha de setores censitários preliminares compõe o conjunto de recortes territoriais institucionais do IBGE, reunidos no Quadro Geográfico de Referência para produção, análise e disseminação de estatísticas. Assim, pode ser acessada também através do site do Quadro Geográfico e na PGI do Quadro Geográfico. Os setores censitários apresentados são considerados preliminares porque, pela primeira vez, antes da publicação dos agregados definitivos, haverá possibilidade de implementar melhorias na Base Territorial, em sua forma e suas classificações, a partir das informações coletadas no Censo 2022, o que só foi possível devido aos avanços tecnológicos da última década.

O IBGE vem realizando vários procedimentos de crítica e adequação dos setores censitários à configuração territorial existente na data de referência do Censo, a fim de que alcancem sua formatação definitiva, para viabilizar uma nova agregação estatística acompanhada de maior quantitativo de variáveis associadas a recortes coerentes com os resultados divulgados. Nos próximos meses, o instituto prosseguirá com os processos de apuração de resultados e de aperfeiçoamento da malha de setores censitários, com o objetivo de divulgar os agregados por setores censitários definitivos. A previsão é que esse trabalho seja concluído no segundo semestre deste ano. 

“O principal propósito desta divulgação é fazer com que a sociedade tenha acesso, com maior rapidez, a informações em níveis territoriais mais detalhados obtidas pelo Censo 2022, sempre preservando a confiabilidade dos dados. Podem existir divergências entre as feições, os limites e atributos representados na versão preliminar e aqueles de sua versão definitiva”, destaca Raphael Moraes, pesquisador do IBGE. Ele lembra que comparações entre estatísticas de 2010 e 2022 devem ser feitas com cautela, principalmente no que se refere aos setores alterados no período.

Vídeo: Reprodução/Arquivo IBGE

Presídios e condomínios influenciam quantidade de moradores e de domicílios

Dentre tantas possibilidades de uso dos dados disponibilizados hoje pelo IBGE, alguns resultados chamam atenção. No ranking de setores censitários com mais pessoas no Brasil, as duas primeiras posições ficaram em Brasília/DF (10.163 pessoas) e Vila Velha/ES (7.756 pessoas), nos setores onde estão, respectivamente, o Complexo Penitenciário da Papuda e a Penitenciária Estadual de Vila Velha. O setor com mais domicílios também foi identificado em Brasília/DF (6.322 domicílios), e compreende, além de chácaras, o Itapoã Parque. Lá, havia muitos condomínios com prédios vagos, em construção ou em reforma. Dos 76 condomínios, apenas quatro estavam habitados e alguns dos moradores não estavam ocupando os imóveis na data de referência da pesquisa (31/07/2022). 

Perdizes, Grajaú e Marsilac se destacaram entre os distritos de São Paulo

Maior cidade do país, São Paulo tinha, em 2022, a quantidade mais expressiva de domicílios coletivos em Perdizes (294 domicílios coletivos), maior população e número de domicílios no Grajaú (384.873 pessoas e 154.205 domicílios), e menor população e quantidade de domicílios em Marsilac (11.443 pessoas e 6.135 domicílios). 

“O nível de detalhamento das informações que estamos trazendo agora também pode ser útil no mapeamento de habitações em áreas de risco, como no litoral norte de São Paulo”, observa Raphael Moraes.

Em Florianópolis/SC, alguns destaques são os distritos de Ratones, com a menor população (5.823 pessoas), menor quantidade de domicílios (2.511 domicílios) e maior média de moradores em domicílios ocupados (2,69 pessoas); Lagoa da Conceição, com a menor média de moradores em domicílios ocupados (2,19 pessoas); e Florianópolis, com a maior população (276.224 pessoas) e o maior número de domicílios (134.210 domicílios).

O distrito que apresentou maior média de moradores por domicílio ocupado foi Toricueije (6,6 moradores), em Barra do Garças/MT.

Substritos de Ceilândia, no DF, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, são os mais populosos de suas regiões

No Distrito Federal, o subdistrito de Ceilândia é o mais populoso, com 287.023 moradores, seguido por Samambaia, com 218.840. O subdistrito Parkway tem a maior média de moradores, com 3,34 pessoas por domicílio, seguido por Sol Nascente/Pôr do Sol, com 3,23.

Na cidade do Rio de Janeiro, o subdistrito de Jacarepaguá tem a maior população (653.492), seguido de Campo Grande (600.464). O subdistrito de menor população é a Ilha de Paquetá, com 3.486. Já em relação à média de moradores por subdistrito, a maior foi registrada em Santa Cruz (2,78), enquanto a menor foi observada no Centro (1,81).

Em 2022, mais da metade dos brasileiros viviam a até 150 km do litoral 

Os agregados por setores censitários preliminares do Censo 2022 mostram que 111.277.361 pessoas, equivalente a 54,8% da população do Brasil, moravam em setores censitários localizados a uma distância máxima de 150 quilômetros do litoral. Em Santa Catarina, esse percentual chega a 75,4%, o que corresponde a 5.734.702 habitantes vivendo próximos ao mar.

Pode-se observar, ainda, a parcela da população brasileira que habitava a faixa de fronteira. O total de 9.416.714 pessoas moravam em setores censitários localizados a até 150 quilômetros de distância da fronteira do Brasil com outros países. Isso equivale a 4,6% da população do país. Em Santa Catarina, 11,4% da população (866.171 pessoas) vivia próximo à fronteira com a Argentina.

Nesta avaliação, foram considerados apenas os Setores Censitários totalmente contidos nas faixas de 150 quilômetros em relação à fronteira e ao litoral.

Quase meio milhão de pessoas moravam no entorno da Avenida Brasil

Principal via expressa do Rio de Janeiro, a Avenida Brasil tem mais de 58 quilômetros de extensão. Ao analisar os dados do Censo 2022, o usuário descobre, por exemplo, que 486.195 pessoas moravam nos 999 setores censitários totalmente ou parcialmente localizados a uma distância máxima de 500 metros da via. Um total de 219.553 domicílios, sendo 219.489 particulares e 64 coletivos, estão em setores localizados até 500 metros da Avenida Brasil, em seu entorno. 

Mais sobre a pesquisa

O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos. A divulgação Censo Demográfico 2022: Agregados por Setores Censitários preliminares: População e Domicílios disponibiliza para a sociedade arquivos para download com informações, por Setor Censitário, dos totais de pessoas e de domicílios investigados em todo o território nacional. Já o Censo Demográfico 2022: Malha de Setores Censitários preliminares contém os arquivos, em formato vetorial digital, dos Setores Censitários que representam o território brasileiro para os censos e pesquisas do IBGE. De forma inédita, os Agregados foram disponibilizados de forma integrada aos arquivos vetoriais da Malha de Setores preliminares, de modo a facilitar as análises geoespaciais e estatísticas dos resultados censitários.

Igor Vieira Ferreira e Caio Belandi, Editoria IBGE

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