Um dos maiores equívocos cometidos pelos trabalhadores ao longo de sua vida profissional é negligenciar sua preparação para a aposentadoria, seja por idade ou por tempo de serviço. Muitos optam por receber uma parte significativa de seus rendimentos “por fora”, resultando em um registro em carteira com um valor inferior ao que realmente ganham.
Diante dessa lamentável realidade, o líder sindical José Lucas da Silva, com vasta experiência nessa área e presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – Feintramag, propõe uma campanha conjunta de conscientização por todos os sindicatos, de todas as categorias, para evitar tais práticas e outras condições que possam comprometer a conquista de uma aposentadoria segura e tranquila, com valores adequados para atender às necessidades básicas do aposentado e sua família.
José Lucas recomenda, ainda, que os profissionais considerem a adesão a planos de aposentadoria privada, devidamente planejados para complementar a renda ao final da vida laboral. É crucial também que os trabalhadores rejeitem qualquer remuneração “por fora”, uma vez que isso não é contabilizado pelo INSS, acarretando na redução dos valores da aposentadoria, além de representar prejuízo na arrecadação do instituto. Em outras palavras, em vez de receber uma aposentadoria correspondente a 4, 5 ou 6 salários mínimos, o valor pode ser reduzido para apenas 1, 2 ou 3.
“Cada profissional, desde o início de sua carreira, tem o dever de considerar seu futuro e sua aposentadoria após 30 anos ou mais de trabalho. Recusar pagamentos ‘por fora’ é uma das medidas para garantir uma jornada tranquila até o final. Investir em especialização para aumentar os ganhos também é uma forma de assegurar uma aposentadoria segura”, enfatiza José Lucas, um aposentado de 72 anos que considera a política do sistema previdenciário brasileiro, bem longe do ideal, que seria a garantia de uma aposentadoria condizente com as décadas de contribuições feitas ao órgão. “A maioria dos aposentados hoje no Brasil recebem um valor que permite apenas a sobrevivência. E essas pessoas que deram uma vida de trabalho ao Estado, deveriam receber uma remuneração mais digna”, acrescenta.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) são instituições brasileiras respeitadas por fornecerem análises sobre questões trabalhistas, econômicas e sociais.
Uma questão recorrente abordada por essas instituições é o despreparo das pessoas para a aposentadoria. Eles frequentemente destacam a falta de planejamento financeiro e a baixa adesão aos planos de previdência privada como fatores preocupantes.
De acordo com estudos anteriores do Dieese e Diap, muitos trabalhadores brasileiros enfrentam dificuldades financeiras durante a aposentadoria devido a vários fatores, como aposentadoria precoce, falta de contribuição suficiente para o INSS, ausência de planejamento financeiro adequado e aumento da expectativa de vida, que prolonga o período de aposentadoria.
Além disso, essas instituições costumam ressaltar a importância de políticas públicas eficazes e de educação financeira para ajudar os trabalhadores a se prepararem melhor para a aposentadoria e garantir uma qualidade de vida adequada após o fim da vida laboral.