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terça-feira, 16 de julho de 2024

Fundação Chapadão apresenta resultados de pesquisas da safra 2023/2024 aos seus associados

O ano agrícola 2023/2024 vai se encerrando com apresentação grandes desafios aos produtores rurais, técnicos e pesquisadores. O comportamento climático provocou perdas por falta de chuvas durante o ciclo da soja e excesso no momento da colheita, principalmente nos meses de março e abril.

Segundo o Presidente da Fundação Chapadão, o engenheiro agrônomo e agropecuarista, Ilton Henrichsen, as variações no regime de chuvas prejudicou a produção e colheita, mas para a pesquisa, ofereceu subsídios que contribuíram para avaliações dos limites dos materiais experimentados ao longo do ano.

Os resultados das pesquisas da Fundação Chapadão foram apresentados aos associados e ao Conselho Técnico da entidade, em uma reunião realizada no Centro de Eventos da Ampasul na quarta-feira, 15 de maio. Cada pesquisador da Fundação Chapadão apresentou um resumo da atividade no ano e os dados copilados em suas pesquisas e experimentos durante esta safra de 2023/2024.

Solos e Nutrição de Plantas

No setor de solos e Nutrição de plantas da Fundação Chapadão, o pesquisador Dr. Thadeu Melo abordou problemáticas relacionadas ao manejo de nutrientes nas culturas de soja e milho.

O Dr. Thadeu, apresentou trabalhos sobre correção de solos, adubação fosfatada e manejo de micronutrientes, como Boro, Manganês e Cobre. Ele disse que estes nutrientes têm limitado significativamente a produção agrícola na região. O manejo da soja com outros nutrientes também foi abordado durante a apresentação.

Em relação ao milho segunda safra, o foco foi no manejo da adubação nitrogenada. O Dr. Thadeu apresentou estratégias para o manejo da adubação nitrogenada no milho, como o uso de fontes alternativas e estratégias de posicionamento para maximização da produção da cultura considerando diferentes cenários.

Fitotecnia

No setor de Fitotecnia, o pesquisador Me. Fabio Lima Abrantes apresentou a área de atuação do setor, que compreende os municípios de Chapadão do Sul, Costa Rica/Baús, Paraíso das Águas – Copper, Cassilândia, Paranaíba e Chapadão do Céu, locais onde foram conduzidos experimentos de soja, milho, algodão e sorgo, cujo volume de trabalho corresponde a aproximadamente nove mil parcelas experimentais e cerca de 50 hectares de pesquisa.

Foi relatado também as condições climáticas enfrentadas na safra 2023/24 e comparada às intempéries sofridas na safra passada, 2022/23. Diante disso foi possível filtrar os principais pontos de atenção em busca de elevados patamares de produção.

No que diz respeito a cultura da soja, foram apresentados os resultados dos ensaios de competição de cultivares conduzidos nos municípios de Chapadão do Sul, Costa Rica/Baús, Chapadão do Céu, Paraíso das Águas – Copper e Paranaíba, onde foram também realizadas etapas do Tour da Soja.

A Fundação Chapadão também promoveu dias de campo para apresentação dos mesmos materiais aos produtores, com mais de 90 cultivares de soja e os resultados do ensaio conduzido em Cassilândia, com o objetivo de viabilizar a cultura no entorno do munícipio.

Os resultados dos ensaios de competição de milho safrinha foram expostos com cerca de 40 híbridos disponíveis para escolha dos produtores. A cultura do sorgo também foi exposta com resultados bastante proveitosos, como opção segura após o fechamento da janela de semeadura do milho. Ensaios de competição de algodão com o objetivo de ranquear os materiais mais produtivos e com melhor rendimento de fibra igualmente foram expostos, bem como trabalhos com o intuito de expandir a cultura no estado.

Nematologia – Laboratório Sementes e Nematoides

Durante a apresentação de resultados do setor de nematologia foi apresentado o manejo de nematoides na cultura do algodão, milho e soja, pela pesquisadora, Me. Karoline Gunther Morata.

Lembrou a pesquisadora que os fitonematoides causam grandes prejuízos nas lavouras, sendo estimado que a cada 10 safras de soja 1 é perdida por causa dos nematoides, por isso eles devem ser manejados safra a safra.

“O manejo de nematoides deve entrar na rotina da propriedade, uma vez que os fitonematoides não são erradicados das áreas, apenas controlado”, afirmou a pesquisadora.

Dos trabalhos apresentados, foram mostrados manejos de apenas uma safra e manejo contínuo. Segundo a Me. Karoline, através disso o produtor conseguiu verificar a importância de realizar o manejo.

Disse a pesquisadora, que o trabalho em soja teve como objetivo verificar e eficiência dos principais nematicidas do mercado no controle dos nematoides. Eles foram aplicados via tratamento de semente e no sulco de plantio.

Este trabalho já está na sua terceira safra, no qual os tratamentos são colocados todas as safras no mesmo local, visando assim o manejo continuo. “Quando observamos os resultados da primeira safra, poucos os tratamentos que foram eficientes na redução dos nematoides e que obtiveram acréscimo de produtividade”, disse a pesquisadora.

“Já na segunda e terceira safra observamos o contrário, a grande maioria dos tratamentos se mostraram eficientes no controle dos principais fitonematoides da cultura da soja e todos eles apresentam acréscimo em produtividade”, salientou.

“Trabalhos de manejo contínuo tem justamente o intuito de mostrar para o produtor a importância de realizar o manejo toda safra, e de preferência safra e safrinha, para se ter controle dos níveis populacionais e aumento na produtividade”, concluiu a Me. Karoline.

Entomologia

A pesquisadora Drª. Tatiane Lobak abordou sobre o manejo de pragas na cultura da soja e milho. A pesquisadora reforçou a utilização do tratamento de sementes para as pragas iniciais na cultura soja, principalmente em áreas com a ocorrência do Cascudinho da soja (Myochorus armantus). Lembrou a Dr. Tatiene, que o produtor deve monitorar a lavoura e complementar o manejo dessa praga com aplicações foliares pois o inseto causa o corte do penciolo dos trifolios da soja ao longo do ciclo.

Lembrou da Drª. Tatiane, que a safra 2023/24 foi marcada pela alta infestação da mosca branca na cultura da soja exigindo o seu controle com produtos específicos para controlar todas as fases da praga (inseticidas que agem sobre ovos, ninfas e adultos).

As condições climáticas favoreceram o ciclo do inseto o que propiciou muitas gerações da praga durante o ciclo da soja. Segundo a pesquisadora, a alta infestação resultou em fumagina nas folhas que é dano indireto ocasionado pelo inseto, o que leva a queda de folhas na planta.

A orientação da pesquisadora é monitorar a lavoura e iniciar as aplicações com inseticidas específicos para cada fase do inseto (adulto, ninfa e ovos) e que pragas como a mosca branca, não conseguimos zerar na área e sim manter a população em níveis que não provoquem danos econômicos expressivos.

Em relação ao Milho Safrinha, a pesquisadora destacou que nessas duas últimas safras a pressão de cigarrinha foi menor, devido ao alto volume de chuvas durante os meses de fevereiro e março. No entanto, pelos trabalhos realizados, foi possível verificar que a cigarrinha do milho por ser um inseto vetor de patógenos (Molicutos), que ocasionam os enfezamentos, deve ser controlada desde a emergência até o pendoamento.

O seu manejo depende da utilização de diferentes estratégias como o uso de diferentes inseticidas químicos (rotação de produtos com diferentes modos de ação), inseticidas biológicos e principalmente, o uso de híbridos tolerantes. Assim, o manejo integrado de pragas em milho e fundamental para não reduzir a produtividade da cultura.

Portanto, os resultados abordados pela Dra. Tatiane demonstram o posicionamento assertivo dos inseticidas e a integração das estratégias de controle para manter as populações de pragas em níveis que não causam danos econômicos e proporcionem altas produtividades das lavouras.

Fonte: Assessoria de imprensa Fundação Chapadão

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