Psicólogo Alexander Bez fala sobre triplo assassinato familiar em São Paulo
Na última semana, um adolescente de 16 anos matou seu pai, sua mãe e sua irmã dentro de casa, em São Paulo. O jovem usou uma arma do pai, que era Guarda Civil Municipal, para cometer o crime e afirmou que matou a família porque estava com raiva.
O garoto contou à polícia que foi chamado de “vagabundo” pelos pais e ficou sem acesso ao celular no dia anterior ao assassinato. O caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e vilipêndio de cadáver.
O psicólogo Alexander Bez, especialista em saúde mental, explica que houve uma ação intencional-consciente, pautada por um triplo assassinato familiar: “Psicologicamente falando, quando há um massacre no ambiente familiar, existem muito mais motivos pessoais envolvidos do que apenas uma crueldade típica”, salienta Bez.
De acordo com o especialista, o adolescente pode apresentar elevadíssimos níveis de psicopatia, agressividade direcionada (à família) e comportamento violento. Alexander lembra que a psicopatia não é apenas caracterizada pela loucura, mas também por uma típica maldade, que se faz invariavelmente imutável.
“Vale ressaltar que esse tipo de condição já existia na forma de ‘agressão inata’, a proibição do uso do celular foi apenas o gatilho necessário. O próprio motivo, o método usado e a crueldade aplicada endossam, sem sombra de dúvidas, o grau da maldade contida no ato”, explica o psicólogo.
“Na psicologia, chegamos a conclusão que esse tipo de assassino, ou já nasceu assim, sendo geneticamente estruturado, ou pode ter ficado assim, por algum trauma severo até os 5 ou 6 anos de idade. Muito provavelmente, ele já possuía o ‘instinto assassino’, sendo essa crueldade como a que fez com a família, uma questão de tempo e do estímulo específico para acontecer, infelizmente. Pessoas com psicopatias como essa, não têm limites à frustração e qualquer ação contrária aos seus desejos podem ser fatais”, finaliza o especialista.
O menor infrator afirmou que não se arrepende e cometeria o crime novamente. Após confessar para a polícia, foi ouvido no 87º Distrito Policial e encaminhado para a Fundação Casa.