Brasil ultrapassou a marca de 17 mil focos de incêndio nos quatro primeiros meses deste ano
De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou mais de 17 mil focos de queimadas em todo o território nacional nos primeiros quatro meses de 2024. A informação publicada em uma reportagem do site da revista Veja.
A escalada do número de queimadas ocorre em meio a uma greve dos funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a um corte no orçamento destinado ao combate a incêndios, conforme relatado à publicação por associações representativas dos trabalhadores.
Ao todo, foram contabilizados mais de 17 mil focos de incêndio entre o dia 1º de janeiro e 29 de abril, aumento de 81% em comparação com o mesmo período de 2023 e o pior já registrado desde o início da série histórica, em 1999.
Funcionários do instituto relacionam o aumento das queimadas a mudanças climáticas, El Niño e cortes orçamentários, além da greve dos fiscais ambientais.
Servidores do Ibama em Greve
Os servidores do Ibama pararam as atividades em janeiro para exigir do governo melhorias salariais e reestruturação de carreiras, limitando-se a tarefas internas.
Na última reunião, realizada no dia 8, os membros do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) decidiram executar apenas operações emergenciais e indispensáveis.
Além disso, a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) reportou a redução de 24% no orçamento do Ibama para o combate a queimadas neste ano.
“Isso impacta diretamente o trabalho a ser desenvolvido, como aquisição de equipamentos e contratação de brigadistas”, informou a associação à Veja.
Inicialmente, o programa de Prevenção de Incêndios Florestais recebeu a alocação de R$ 65,7 milhões, mas apenas R$ 7,3 milhões foram utilizados até o momento.
Conforme reportado pela revista Veja, a greve dos servidores tem prejudicado a fiscalização em todo o país. Os autos de infração por crimes ambientais caíram 67,65%, de 4,6 mil no primeiro trimestre de 2023 para 1,5 mil no mesmo período de 2024.
Contudo, especificamente as multas por desmatamento na Amazônia diminuíram na quantidade de 87,84%, segundo a Ascema. Os processos de licenciamento ambiental sofreram redução de 91% nas licenças emitidas pelo Ibama este ano, impactando especialmente o setor de petróleo e gás.
Fonte: Revista Oeste