Uma operação da Polícia Civil, denominada Operação Protetor, resultou no resgate de uma mulher paraguaia e sua filha recém-nascida, de apenas 11 dias de vida, na cidade de Antônio João, a 319 km de Campo Grande.
As vítimas estavam em cárcere privado por uma mulher, após a mãe ter desistido de entregar a bebê para adoção. A Polícia Civil investiga o caso como possível tráfico de crianças na fronteira Brasil-Paraguai.
Segundo o site Campo Grande News, a ação policial foi deflagrada após denúncia de tráfico de crianças. Segundo a delegada Maria Gabriela Vanoni, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Fátima do Sul, lideranças indígenas da região informaram sobre casos recorrentes de crianças paraguaias sendo trazidas ao Brasil de forma irregular, em situação que configura possível tráfico internacional de crianças.
A mãe, de origem paraguaia, veio ao Brasil para dar à luz e, em acordo prévio, entregaria a criança para adoção. Após o nascimento, a mãe mudou de ideia e decidiu não entregar a bebê.
A mulher que a acolheu a princípio, inconformada com a decisão da mãe, a manteve em cárcere privado, exigindo R$ 1 mil ou a entrega da criança para liberá-la. Sem condições de pagar e temendo por sua vida e da filha, a mãe não conseguiu retornar ao Paraguai.
Com base na denúncia, a Polícia Civil foi ao local e conseguiu contato com a mãe. Em conjunto com o Conselho Tutelar, a equipe policial resgatou a mulher e a criança, conduzindo a autora à delegacia, onde foi presa em flagrante por cárcere privado.
O Conselho Tutelar acionou o Consulado Paraguaio para garantir abrigo à mãe e à criança em seu país de origem. A Polícia Civil acompanhou a entrega das vítimas às autoridades paraguaias.
A delegada Maria Gabriela Vanoni salientou que a Polícia Civil investigará a fundo o caso, com foco no crime de tráfico de crianças.
“O tráfico de crianças envolve aliciamento, agenciamento de crianças para diversos fins, inclusive adoção ilegal. A Polícia Civil investigará o caso com rigor. Se houver elementos que caracterizem transnacionalidade, a Polícia Federal também poderá ser acionada para auxiliar nas investigações”, afirmou a delegada.