Os Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul começaram na última semana com a etapa da faixa etária de 12 a 14 anos, com sede em Campo Grande. Uma das novidades deste ano é a implantação do Sisdete (Sistema de Detecção de Talentos Esportivos do Estado de Mato Grosso do Sul), programa sistemático de avaliação de atletas sul-mato-grossenses.
Domingos Sávio da Costa, gerente da Ucapes (Unidade de Capacitação Esportiva) da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) e coordenador do Sisdete, explica como funciona o processo de avaliação dos participantes dos Jogos Escolares.
“Vai ser dividido em quatro etapas: uma é através do aplicativo que está sendo criado e que vai ser utilizado por todos os professores que trabalham com treinamento esportivo nas escolas estaduais. Através desse aplicativo no seu celular, cada técnico irá avaliar todos os atletas que fazem parte do programa na sua escola”, explica.
A segunda etapa da avaliação envolve todos os atletas dos Jogos Escolares de 12 a 14 anos. “Em agosto, teremos a terceira etapa, na etapa de 15 a 17 anos dos Jogos, que nós avaliaremos todos também. Por fim, na quarta etapa, nós vamos analisar os atletas contemplados pelo Bolsa Atleta”, frisa, completando.
“Então, nós teremos o perfil, com relação à parte física, desde a base até os melhores atletas nossos que são bolsistas. Com esses dados, vamos traçar políticas públicas para o melhoramento das nossas equipes escolares, visando, futuramente, termos campeões a nível nacional e internacional”, conta Domingos.
Giovani Rafael Bisol, coordenador do curso de Educação Física da Unigran Capital, destaca que, durante os Jogos Escolares, a avaliação é realizada junto a outras instituições de ensino, como a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).
“É uma parceria que faz com que a gente venha com os acadêmicos para realizar as avaliações. Os dados vão servir de parâmetro para detectar novos talentos e, ao mesmo, comparar estes jovens com realidades de vários cantos do estado. Então, temos 11 regiões e a ideia é promover um banco de dados em que os professores possam ter acesso a essas informações, que serão usadas para prescrição do treinamento e investimentos futuros dentro desta área do treinamento esportivo escolar”, disse.
Giovani continua afirmando que a ideia é acompanhar não só o desempenho esportivo, mas também o crescimento e desenvolvimento dessa parcela de crianças que fazem parte dos esportes. “Acompanhar de alguma forma alguns indicadores em saúde como controle de obesidade, capacidade cardiorrespiratória que também podem servir de informações para outras secretarias utilizarem seus programas de políticas públicas de educação ou saúde”.
Para o chefe da delegação do município de Maracaju, o professor de judô Roger Augusto Ziemann, o Sisdete é essencial.
“Estamos dando passos longos para uma grande melhora, uma transformação no esporte, e vai passar por esse aplicativo, por essas avaliações, onde nós técnicos poderemos ter noção de como nossos atletas estão fisicamente, como eles estão diferentes da equipe do Brasil. Então para nós treinadores vai ser essencial, porque poderemos montar os treinamentos em cima disso para chegar ao ápice, que é uma seleção lá em cima, uma seleção brasileira”.
O técnico da equipe de tênis de mesa de Jardim, Gianni Luiz de Arruda, enfatiza o parâmetro para comparações sobre a avaliação física dos atletas.
“São comparações para observarmos em que aspectos podemos melhorar para ajudar os atletas na questão da própria modalidade. Cada vez que é feita uma avaliação, ainda mais se o atleta for melhorando seu condicionamento, melhor será o desempenho dele em qualquer modalidade esportiva”.
Karina Lima, Comunicação Setesc