A Polícia Civil de São Paulo já registrou mais de 500 boletins de ocorrência entre 2023 e 2024 relacionados ao chamado “Jogo do Tigrinho”, uma plataforma de cassino online considerada ilegal no Brasil devido à contravenção penal.
Conforme divulgado pelo site Metrópoles, o jogo, que simula um caça-níquel, atrai os jogadores prometendo ganhos significativos. Os participantes fazem apostas e acionam a roleta na esperança de obter uma sequência de figuras repetidas para receber prêmios em dinheiro.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o “Jogo do Tigrinho” é classificado como jogo de azar, uma vez que os ganhos dependem exclusivamente da sorte do jogador.
Eduardo Miraldi, delegado responsável pelas investigações, explica: “A pessoa clica no link e é redirecionada para a plataforma, onde faz um cadastro. Normalmente, ela paga para realizar esse cadastro e começa a realizar as apostas. O que apuramos nos inquéritos é que esses influenciadores têm feito postagens falsas de supostos ganhos no jogo. Ou seja, aquela quantia de R$ 10 mil, R$ 20 mil, R$ 90 mil que eles falam que ganham não é realidade. São postagens falsas que enganam os usuários e fazem com que passem a apostar cada vez mais.”
De acordo com o Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), as plataformas que hospedam o jogo estão localizadas fora do país e operam de forma clandestina. Os criminosos utilizam perfis falsos e grupos nas redes sociais para atrair novos usuários.
Além disso, a polícia descobriu que influenciadores digitais são pagos para promover o jogo, simulando uma vida de luxo supostamente financiada pelos ganhos na plataforma.
Miraldi também alerta sobre outro aspecto do golpe: “A investigação mostrou que, em alguns casos, os usuários que ganham prêmios têm a conta bloqueada ao tentar resgatar o dinheiro. Esses eventuais prêmios não são reais, temos inúmeros boletins de ocorrência registrados no estado de pessoas que apostaram e ganharam, mas nunca receberam o prêmio. O golpe está aí.”
A polícia está investigando as intermediadoras dos pagamentos feitos pelos usuários e tem realizado operações para combater essas práticas criminosas. Veículos e imóveis já foram apreendidos como parte das investigações.
Além da contravenção penal devido ao jogo de azar, os envolvidos podem responder por estelionato, crime contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro, conforme explica a SSP. A Polícia Civil continua atenta às denúncias e intensificando suas ações para desmantelar essa rede de fraudes.