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sábado, 23 de novembro de 2024

Burnon: o que é e qual a diferença da Síndrome do Burnout

Embora pareçam similares, as duas síndromes ocorrem por motivos diferentes

Trabalhar em excesso até tarde, ou em dois empregos, para complementar a renda é a realidade de muitos brasileiros. Infelizmente, esse excesso pode acabar prejudicando a saúde física e mental do trabalhador.

Em muitos casos, a intensidade e carga de trabalho é tão grande que pode causar danos sérios à saúde física e mental do trabalhador. Esses danos podem incluir problemas como LER (lesão por esforço repetitivo), tendinites, hérnias, bursites, visão prejudicada, trombose, varizes, colesterol alto, diabetes, ansiedade, depressão, etc. 

Outras condições que estão relacionadas ao trabalho são as síndromes de burnout e de burnon. Apesar de parecerem semelhantes, elas são causadas por motivos diferentes. Portanto, é importante se atentar às diferenças entre elas para reconhecer os sinais e saber como é possível atenuá-los. 

O que é a Síndrome de Burnout?

A Síndrome de Burnout é um conjunto de sintomas causados pelo estresse crônico, geralmente relacionado ao contexto profissional. O nome Burnout vem de uma gíria em inglês e, se traduzido considerando o modo figurado, em português seria algo como Síndrome do Desgaste.

A Síndrome de Burnout ocorre quando o ambiente profissional é estressante em diversos sentidos, como excesso de trabalho, ambiente tóxico, sobrecarga, interação humana intensa e má gestão. Todas essas características somadas geram um nível alto de estresse no trabalhador de forma crônica, por serem fontes diferentes, e esse estresse crônico é refletido em sintomas físicos e psicológicos.

Entre os principais sintomas podemos citar: dores de cabeça frequentes, dificuldade de concentração no trabalho, desânimo, exaustão emocional, isolamento social, diminuição de produtividade, sentimentos de incompetência no trabalho, dificuldade para dormir,  depressão e, em casos mais graves, pensamentos suicidas.

Segundo especialistas, para evitar a Síndrome de Burnout, já considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das doenças ocupacionais, é preciso acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Além disso, é necessário o afastamento momentâneo das atividades profissionais e, em muitos casos, mudança de emprego para outra empresa ou área menos estressante para o trabalhador.

E o que é a Síndrome de Burnon?

Enquanto no Burnout o trabalhador está completamente desgastado, no burnon acontece o contrário, o trabalhador desenvolve uma obsessão pelo trabalho e dedicação excessiva. Antigamente essas pessoas eram chamados de “workaholics”, ou viciados em trabalho, mas estudos mais recentes revelam que essa característica já fazia parte de um quadro médico mais amplo.

Entretanto, é importante ressaltar que a Síndrome de Burnon não é algo positivo e, assim como o burnout, causa sérios problemas físicos e mentais ao profissional. Entre as características do burnon podemos citar a hiperatividade no trabalho, que causa uma sensação de que a pessoa deveria estar sempre trabalhando e produzindo, o que reduz sua capacidade de relaxar e se desligar do meio profissional.

Além disso, quem sofre de burnon tende a ter um senso autocrítico muito elevado, o que causa frustração crônica em todas as suas conquistas, pois elas sempre “poderiam ser melhores”. Em casos mais graves pode haver a negligência pessoal em prol do trabalho, quando a pessoa deixa de comer, tomar banho e sair em eventos sociais pela necessidade e obsessão de ser bem-sucedido no ambiente profissional. 

O burnon, embora ainda não seja classificado  oficialmente como uma doença ocupacional, causa elevados níveis de ansiedade e depressão relacionados ao trabalho. No caso, o tratamento segue a mesma forma do Burnout: o profissional precisa buscar ajuda psicológica e psiquiátrica para se desvencilhar dessa sede obsessiva pelo trabalho, às vezes precisando se ausentar do ambiente profissional para retomar uma parte de sua vida social.

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